Pesquisador brasileiro desenvolve método eficaz para clonar superanticorpos de pacientes especiais
Uma série de estudos recentes, publicados nas revistas “Science” e “Nature”, revelou que potentes anticorpos neutralizadores podem ter um efeito importante no controle da Aids. Os artigos, culminando com um divulgado em 22 de junho pela “Nature”, mostraram que os tais anticorpos, retirados de pacientes que têm naturalmente uma resistência maior ao vírus HIV e então clonados, protegeram pacientes que deixaram de tomar as drogas antirretrovirais.
Essa linha de pesquisa poderá reverter no futuro um tratamento e uma forma de prevenção relativamente baratos para a doença. “Anticorpos têm propriedades adicionais, eles podem engajar o sistema imune em uma forma de imunoterapia – embora não seja uma vacina, é uma proteção semelhante a uma vacina”, afirma o pesquisador brasileiro Michel Nussenzweig, imunologista na Universidade Rockefeller, em Nova York, e líder do estudo publicado na “Nature”.
Uma parte dos pacientes tem atividade ampla de anticorpos contra o vírus HIV; algo já conhecido há vários anos. Faltava tentar usar essa descoberta em termos práticos, algo que Nussenzweig e seus colegas têm aperfeiçoado.
Os “superanticorpos” atacam diferentes alvos em uma proteína na superfície do vírus, a gp160. Nussenzweig, então, desenvolveu um método particularmente eficaz para clonar esses “superanticorpos” dos pacientes especiais. Um grupo recebeu uma dose inicial do anticorpo 3BNC117 e outra 21 dias depois; outro grupo, além da dose inicial, recebeu doses semelhantes 14, 28 e 42 dias depois, desde que não houvesse retorno do vírus – se houvesse, acima de um limite especificado, a nova terapia seria descontinuada e a antiga restabelecida.
Com informações de Univadis
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