terça-feira, 21 de setembro de 2021

Mais dados tranquilizadores sobre vacinas anticovídicas e gravidez

Receber uma vacina anticovídica no início da gestação não foi associado a aumento do risco de aborto espontâneo, sugere nova pesquisa.

O estudo, publicado on-line no periódico JAMA, avaliou a proporção de mulheres que receberam a vacina e tiveram gestação evolutiva em comparação com aquelas que tiveram um aborto espontâneo ou perda gestacional. 

Os pesquisadores analisaram dados de 105.446 gestações únicas ao longo de sete períodos de vigilância de quatro semanas entre dezembro de 2020 e junho de 2021. 

Gestações em curso entre 6 e 19 semanas de gestação foram identificadas no último dia de cada período de vigilância (data índice). 

Os abortos espontâneos foram atribuídos a cada período de vigilância com base na data do desfecho. 

Ao todo, foram registrados 13.160 abortos espontâneos e 92.286 gestações evolutivas.

No geral, a vacina anticovídica foi recebida 28 dias antes de uma data índice entre 8,0% dos períodos de vigilância das gestações evolutivas versus 8,6% dos abortos espontâneos.

"Esperamos que esses dados possam informar as atuais discussões entre profissionais de saúde e gestantes” sobre as vacinas anticovídicas, disse ao Medscape a autora do estudo, Dra. Elyse O. Kharbanda, médica e pesquisadora sênior do HealthPartners Institute. 

"Devem ser considerados em relação a todos os dados que vêm surgindo tanto sobre os riscos de infecção por covid-19 na gestação como sobre os desfechos entre gestantes que recebem a vacina".

Entre as mulheres cujas gestações foram acompanhadas, 7,8% receberam pelo menos uma dose da vacina anticovídica da Pfizer, 6% receberam pelo menos uma dose da vacina da Moderna e 0,5% receberam a vacina Janssen.

Em agosto, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), os Centers for Disease Control and Prevention e a Society for Maternal-Fetal Medicine fizeram uma recomendação incisiva para que todas as gestantes sejam vacinadas contra a covid-19.

Os novos achados fornecem evidências tranquilizadoras sobre a segurança das vacinas anticovídicas, particularmente as vacinas de RNA mensageiro, durante a gestação, disse a Dra. Denise J. Jamieson, médica e presidente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Escola de Emory University School of Medicine, nos Estados Unidos, que não participou do estudo.

"O desenho do estudo foi um caso-controle cuidadosamente conduzido. Embora idealmente o melhor desenho para estudar a segurança e eficácia da vacina seja um ensaio clínico randomizado, dados provenientes de diversas fontes mostrando que as vacinas anticovídicas são seguras na gestação estão se somando rapidamente", disse a Dra. Denise, que atua em vários comitês do ACOG.

JAMA. Publicado on-line em 08 de setembro de 2021. Texto completo

Por Jaleesa Baulkman em Medscape

Nenhum comentário:

Postar um comentário