Investigadores americanos descobriram que a
bilirrubina pode impedir o bloqueio das artérias, que causa por vezes a
ocorrência de enfartes agudos do miocárdio e outros sintomas de doenças
cardiovasculares.
Os investigadores da University of Missouri, nos
EUA, explicam que esta molécula, muitas vezes associada à icterícia do
recém-nascido, é produzida diariamente no organismo e tem funções importantes,
nomeadamente como antioxidante.
Neste estudo os investigadores, liderados por
William Durante, verificaram que esta molécula era capaz de impedir ou limitar
os danos ocorridos nas artérias dos indivíduos que têm, ou estão em risco de
ter, doenças cardiovasculares como a aterosclerose.
Os investigadores explicam que quando as artérias
são danificadas, as células do músculo liso dos vasos sanguíneos ficam ativadas
e crescem nas zonas afetadas criando lesões no interior das artérias. Estas
lesões podem bloquear o fluxo sanguíneo nas artérias do coração, conduzindo a
dores no peito ou a enfartes do miocárdio fatais. As lesões arteriais podem
ocorrer devido a fatores genéticos ou devido ao estilo de vida adotado,
nomeadamente falta de exercício, má alimentação ou tabagismo.
Neste estudo os investigadores verificaram que a
bilirrubina era capaz de limitar o tamanho das lesões arteriais, pois conseguia
bloquear o crescimento das células do músculo liso. Foi verificado que esta
inibição ocorria sem causar morte celular, um efeito adverso associado com a administração
de alguns fármacos. O líder do estudo, William Durante, explica que com a morte
celular acumulam-se fragmentos celulares nas artérias o que conduz à inflamação
e possível ruptura das lesões, originando assim problemas clínicos ainda mais
graves.
Contudo, o investigador refere que a bilirrubina
não é um composto fácil de manipular, uma vez que não é solúvel em água e é
rapidamente metabolizada pelo fígado quando ingerida oralmente. ”Uma
possibilidade é colocá-la em stents, quando estes são colocados nas artérias.
Desta forma a bilirrubina irá impedir o crescimento das células de músculo liso
e o bloquear o stent. Uma outra alternativa é colocar a bilirrubina nos vasos
sanguíneos que são utilizados na cirurgia de bypass”, explicou William Durante.
Para os investigadores ainda são necessários mais
estudos antes de esta técnica ser testada em humanos. Contudo, os resultados
deste estudo são bastante promissores.
Fonte: alert-online.com - Estudo realizado
pela University of
Missouri
