Lactato
no cérebro
Cientistas
descobriram o mecanismo pelo qual o cérebro das crianças é afetado por
anestésicos.
Durante a
anestesia geral, aumenta muito o nível de lactato, por sua vez aumentando a
ativação do cérebro.
Isso pode
levar a alterações metabólicas associadas com ansiedade e delírios, verificadas
em muitas crianças que passam por procedimentos médicos sob anestesia.
Os resultados,
dizem os cientistas, fornecem novas indicações sobre as mudanças metabólicas
dentro do cérebro infantil, que poderão ajudar os pesquisadores a entender por
que a anestesia geral pode ser potencialmente prejudicial ao cérebro em
desenvolvimento.
Ansiedade
e delírios
No estudo
foram monitoradas 59 crianças, com idades de dois a sete anos, que receberam um
de dois anestésicos usados rotineiramente durante exames de ressonância
magnética.
Um grupo
recebeu o sevoflurano (inalado) e o outro recebeu propofol (intravenoso).
O córtex
parietal do cérebro das crianças foi fotografado uma hora depois de ter sido
administrada a anestesia.
As imagens
revelaram que aproximadamente o córtex parietal das crianças que recebem o
sevoflurano tinha o dobro da quantidade de lactato e 20% mais glicose e do que
o córtex parietal das crianças que receberam propofol.
"Esta
atividade, resultando em uma 'inundação' de lactato durante a anestesia pode
ser desvantajosa e aumentar a chance de que as crianças se tornem ansiosas e/ou
tenham delírios durante a emergência da anestesia ou no período pós-operatório
imediato," disse a Dra. Helene Benveniste, da Escola de Medicina da
Universidade Stony Brook (EUA).
Comportamento
dissociativo
A equipe
mostrou que as crianças que emergiram da anestesia com mais agitação e
comportamento dissociativo também apresentavam os mais altos níveis de lactato
no cérebro.
"É
importante ressaltar que os resultados não sugerem que nenhum dos anestésicos
cause efeitos a longo prazo," enfatizou a Dra Benveniste.
Todas as
crianças se recuperaram da anestesia sem complicações duradouras. O tempo de
recuperação foi menor com o propofol do
que com o sevoflurano.
Fonte:
Universidade Stony Brooks