Novo
dispositivo com funcionamento similar ao teste que verifica o pH de uma piscina
será capaz de monitorar os níveis de lesão hepática utilizando apenas uma gota
de sangue.
O
teste foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Harvard e do Centro
Médico Deaconess Beth Israel, em Boston, e teve sua utilidade divulgada na Science
Translational Medicine. O novo dispositivo é portátil, tem baixo custo e pode
ser utilizado em clínicas, postos de saúde e hospitais, determinando
rapidamente se um paciente tem toxicidade hepática e necessita de cuidados
adicionais.
Pelo
teste, após uma simples picada no dedo, o paciente aplica uma pequena
quantidade de sangue em uma tira de papel. A atividade de duas enzimas do
sangue humano — aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase — leva a
alterações nos níveis de corantes que foram incorporados no teste. A mudança de
cor na tira vinculada às concentrações das enzimas indica a possibilidade de
danos às células do fígado.
Para
comprovar a efetividade da análise, foram testadas mais de 200 amostras
clínicas de sangue. O ensaio foi capaz de medir com precisão a toxicidade
sanguínea em apenas 15 minutos, com uma performance maior de 90% se comparada
ao exame padrão realizado hoje. Segundo os pesquisadores, o teste também pode
ser utilizado para medir outros tipos de danos ao fígado, como aqueles gerados
pela hepatite viral. Outra vantagem é o baixo custo — os pesquisadores estimam
que cada teste custará menos de US$ 1. "Isso poderia ter implicações
significativas em todo o mundo, particularmente em países em desenvolvimento
onde exames de sangue podem ser excessivamente caros e os resultados por vezes
podem levar semanas", avalia Nira Pollock, coautora da pesquisa e diretora
adjunta do Laboratório de Diagnóstico de Doenças Infecciosas do Hospital
Infantil de Boston. (BS)
Exame
Padrão - O exame padrão usado atualmente para a medição dessas enzimas do
fígado é feito com a obtenção de sangue de uma veia do paciente. A amostra é
enviada a um laboratório, onde o soro ou o plasma são separados e testados
sobre uma grande plataforma automatizada.
Fonte:
Correio Braziliense
