sábado, 4 de agosto de 2012

Novos avanços na luta contra o vírus da gripe


O vírus da gripe sofre mutações frequentes, o que dificulta a eficácia das vacinas e dos fármacos antivirais. Com base no conhecimento das vias utilizadas pelo vírus para a sua replicação, o estudo publicado no “Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology” dá conta de novas estratégias e vacinas para combater este vírus.

Os vírus atuam como parasitas ligando-se às células saudáveis e utilizando os recursos metabólicos da célula para se reproduzir, transformando-a numa fábrica que produz cópias de si próprio. Este processo é iniciado quando o vírus influenza se liga aos açúcares presentes na superfície das células do pulmão e trato respiratório do hospedeiro. Uma vez associado às células, o vírus descarrega a sua informação genética no núcleo das células hospedeiras e o processo de replicação é iniciado.

“Como a replicação do vírus depende de componentes da célula hospedeira, a determinação dos genes necessários para este processo permite o desenvolvimento de novas estratégias de intervenção que incluem antivirais e vacinas. Neste momento temos tecnologia que nos permite identificar e silenciar esses genes específicos nas células humanas para inibir a produção do vírus na célula”, explicou, em comunicado de imprensa, o co-autor do estudo, Ralph Tripp.

Neste estudo os investigadores da University of Georgia, nos EUA, utilizaram a tecnologia denominada por RNA de interferência tendo sido capazes de identificar as vias utilizadas pelas células do hospedeiro na replicação do vírus influenza.

“Existem, atualmente, dois fármacos utilizados no tratamento das infecções pelo vírus da gripe, mas o vírus desenvolveu resistência a estes tratamentos. Os nossos estudos identificaram genes e as vias celulares associadas que podem funcionar como alvo para silenciar a replicação do vírus”, explica o investigador.

Os fármacos antivirais diminuem a replicação do vírus impedindo a sua libertação na célula hospedeira. Estes tratamentos têm por alvo o vírus, que é capaz de mutar rapidamente para evitar a ação dos fármacos. Pelo contrário, os fármacos que têm por alvo as células do hospedeiro são mais eficazes pois estas raramente sofrem mutações.

O investigador conclui que estas descobertas podem ser utilizadas para criar novos fármacos antivirais e desenvolver novas vacinas que atuem com uma maior eficácia no tratamento dos pacientes com influenza. Esta tecnologia pode também ser utilizada para melhorar a medicação contra outros vírus, como o da hepatite e poliomielite.

Estudo publicado no “Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology”