quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Avastin é tão efetivo quanto Lucentis no tratamento da degeneração macular úmida relacionada à idade e pode ser mais barato


Novos resultados de ensaios clínicos confirmaram que o bevacizu­mab (Avastin) e o ranibizumab (Lucentis) têm desempenho muito semelhante no tratamento da degeneração macular úmida relacionada à idade. O uso de bevacizumab, que é bem mais barato, mas não é licenciado para a condição, pode poupar £84 milhões por ano aos cofres do sistema de saúde britânico (NHS), dizem os pesquisadores responsáveis por um dos ensaios.     

Os novos dados provêm do segundo ano da comparação entre ensaios de tratamento para a degeneração macular relacionada à idade (CATT) e a análise provisória dos resultados de um ano do ensaio de inibição de VEGF no tratamento da neovascularização de coroide relacionada à idade (IVAN). Ambos foram apresentados no encontro anual da Associação de Pesquisa em Visão e Oftalmologia em Fort Lauderdale, na Flórida, e foram publicados no periódico Ophthalmology.  

Os ensaios foram criados para descobrir se os pacientes que recebiam ranibizumab podiam ler 5 (CATT) ou 3,5 letras (IVAN) a mais – ou melhor – na tabela de Snellen do que os pacientes que recebiam bev­acizumab. Em nenhum ensaio esse limite foi excedido, demonstrando que o bevacizumab não era inferior ao ranibizumab segundo essas margens.     

Observou-se uma pequena diferença – mas sem significância estatística – de menos de duas letras a favor do ranibizumab. Os pesquisadores do ensaio CATT concluíram: “O ranibizumab e o bevacizumab tiveram efeitos semelhantes na acuidade visual ao longo de um período de dois anos”. Os pesquisadores do ensaio IVAN dizem que a comparação da acuidade visual foi inconclusiva, mas consistente com a “eficácia similar” dos dois medicamentos.          

Nenhum estudo foi grande o suficiente para detectar diferenças em efeitos colaterais raros, mas o CATT acabou mostrando que a proporção de pacientes com um ou mais eventos adversos sérios foi maior (39,9%) entre os pacientes que receberam o bevacizumab por dois anos do que entre aqueles que receberam o ranibizumab (31,7%). Constatou-se a mesma tendência no ensaio IVAN, mas sem alcançar significância estatística. Os pesquisadores do ensaio IVAN notaram um aumento inesperado no risco de IAM ou AVC com ranibizumab (seis casos contra um). Usha Chakravarty, da Queen’s University, em Belfast, que liderava o ensaio IVAN, disse: “Independentemente de qual medicamento os pacientes receberam, a pessoa média melhorou em aproximadamente uma linha”.

Em uma declaração sobre os resultados do ensaio IVAN, a Novartis comentou que estava discutindo com o National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE) e o Departamento de Saúde “sobre as opções relativas ao custo-benefício do ranibizumab em todas as suas indicações” – um indício de que é possível haver uma queda no preço.

Por: Nigel Hawkes