
De acordo com Dr. Humberto Rigon, diretor da Clínica Médica do A.C.Camargo, tumores no coração são muito raros. Enquanto os primários (originários no órgão) representam cerca de 0,05% do total das neoplasias, os metastáticos correspondem de 1 a 2% dos casos. No entanto, em 75% dos casos, os tumores são doenças benignas que não causam metástase. O mixoma - o mais comum entre eles - apresenta uma consistência gelatinosa e é tratado com cirurgia.
Se o coração for atingido por um câncer, é importante o acompanhamento de especialistas. "Tumores cardiovasculares malignos apresentam prognóstico complicado, porque surgem, principalmente, após a ação metastática de linfomas, sarcomas, melanomas malignos e neoplasias de mama ou pulmão", explica o cardiologista. As células tumorais metastáticas podem chegar ao coração por dois modos. "Pela via hematogênica, que é a transmissão de células da doença pelo sangue ou por implante nas valvas (válvulas), no miocárdio ou no pericárdio. Outro modo é por proximidade (contiguidade), quando o câncer está em locais próximos, como o pulmão, pleura, mama e mediastino", diz Rigon.
Os sintomas podem variar de acordo com a localização do tumor. "Se houver obstrução dos átrios ou ventrículos, além da estenose (estreitamento anormal das valvas do coração), as células tumorais podem adentrar na circulação sanguínea e bloquear artérias do pulmão, causando embolia. Se ocorrer na região do miocárdio ou do pericárdio, pode surgir a arritmia (presença de batimentos cardíacos anormais) e parada cardíaca", exemplifica Dr. Humberto Rigon.
Diagnóstico, Tratamento e Fatores de Risco
Por ser incomum e apresentar sintomas semelhantes aos de outras doenças cardiovasculares, o diagnóstico do câncer no coração pode ser dificultado por não haver a suspeita inicial. Entre os principais exames que podem ajudar na detecção estão o ecocardiograma, a tomografia computadorizada do tórax e a ressonância nuclear magnética do coração.
Um câncer metastático que atinge o coração geralmente indica uma doença agressiva e que pode comprometer a resposta ao tratamento quimio e radioterápico. O procedimento terapêutico mais utilizado é a cirurgia, no entanto, cada caso é avaliado individualmente, considerando os riscos e benefícios da operação.
São desconhecidos fatores de riscos para o desenvolvimento do câncer de coração. "Não dá para associar com tabagismo, má alimentação ou outros hábitos, pois o campo de estudo epidemiológico ainda é bastante pequeno", explica Dr. Humberto Rigon.
Com informações do Dr. Humberto João Rigon Junior - CRM 33925 - Diretor do Serviço de Clínica Médica do A.C.Camargo
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