O consumo de aveia diminui os níveis de três marcadores do colesterol e, consequentemente, o risco de um indivíduo desenvolver doença cardiovascular, atesta um estudo de revisão publicado no “British Journal of Nutrition”.
A comunidade científica já sabe, há cerca de mais de 50 anos, que a ingestão de aveia pode diminuir os níveis de colesterol. Contudo, a maioria dos estudos dessa altura focou-se no impacto da aveia nos níveis do chamado colesterol “mau” ou LDL, que se acumula nas paredes dos vasos sanguíneos e pode causar bloqueios ou coágulos.
Contudo, um crescente número de estudos tem demonstrado que o colesterol não-HDL, ou seja, o colesterol total menos o colesterol HDL (o “bom” colesterol), e a apolipoproteína B, uma lipoproteína que transporta o LDL através do sangue, são indicadores mais precisos para a avaliação do risco cardiovascular. Estes dois marcadores são especialmente importantes para os indivíduos com síndrome metabólica e diabetes tipo 2, uma vez que tipicamente não têm níveis elevados de colesterol.
Neste estudo de revisão, os investigadores do Hospital St. Michael, no Canadá, concluíram que a aveia pode, de facto, reduzir os três marcadores.
Aveia diminui níveis de colesterol
Vladimir Vuksan, o líder do estudo, referiu que a aveia é uma fonte rica em betaglucano, uma fibra solúvel viscosa que parece ser responsável pelos efeitos benéficos deste cereal. O primeiro estudo que os cientistas reviram, datado de 1963, constatou que substituir o pão branco por pão de aveia com 140g deste cereal diminuía os níveis de colesterol LDL.
Os investigadores analisaram também 58 ensaios clínicos que envolveram quase quatro mil indivíduos do mundo inteiro para avaliar os efeitos da dieta enriquecida com aveia, comparativamente com as dietas controladas para o colesterol LDL, bem como para o colesterol não-HDL e apolipoproteína B.
Os cientistas verificaram que as dietas enriquecidas com 3,5 gramas diárias de fibra betaglucano da aveia melhoraram, comparativamente com as dietas controle, os níveis de colesterol LDL, bem como os níveis de colesterol não-HDL e apolipoproteína B. No total, a ingestão de aveia reduziu em 4,2% os níveis de colesterol LDL, em 4,8% os níveis de colesterol não-HDL e em 2,3% os níveis de apolipoproteína B.
O investigador referiu que pode ser difícil as pessoas consumirem a quantidade de fibra de aveia recomendada apenas através da aveia, por isso aconselha o consumo de farelo de aveia. Uma chávena de farelo de aveia cozida tem 88 calorias e contém a mesma quantidade de betaglucano que o dobro da quantidade de farinha de aveia cozida, que tem 166 calorias.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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