Uma equipe internacional de investigadores descobriu que os eletroencefalogramas amplificados podem produzir resultados de diagnóstico de ondas cerebrais associadas à enxaqueca e epilepsia que são comparáveis ao atual método de diagnóstico, que é mais invasivo. Esta descoberta, publicada na revista “Neuroscience”, pode conduzir a um melhor tratamento e diagnóstico destas condições.
A onda cerebral de baixa frequência associada à enxaqueca e epilepsia, conhecida como depressão cortical alastrante, é analisada através da colocação de eletrodos diretamente na superfície do cérebro. Contudo, os investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, da Alemanha e do Iran verificaram que o eletroencefalograma realizado através da colocação dos eletrodos no couro cabeludo pode produzir dados igualmente confiáveis se for utilizado conjuntamente com um amplificador.
Os investigadores, liderados por Zoya Bastany, desenvolveram um amplificador para obter os sinais dos eletrodos colocados no couro cabeludo de ratinhos anestesiados. Verificou-se que o amplificador detecta sinais numa gama de frequência muito mais ampla do que o eletroencefalograma utilizado atualmente.
De acordo com um dos coautores do estudo, Guy Dumont, a depressão cortical alastrante nunca foi medida com precisão através dos eletroencefalogramas padrão. Desta forma, o cientista defende que este novo método abre a possibilidade de utilizar os eletroencefalogramas para o estudo da depressão cortical alastrante de uma forma não invasiva e sem um aumento significativo dos custos de diagnóstico, comparativamente com o método até à data utilizado.
Ali Gorji, da Universidade de Münster, na Alemanha acrescenta que a nova técnica pode contribuir para o desenvolvimento de fármacos contra a enxaqueca que tenham por alvo a depressão cortical alastrante e para uma melhor compreensão de outras doenças neurológicas.
O investigador conclui que a comunidade científica ainda tem de continuar a compreender a relevância clínica da depressão cortical alastrante. Contudo, o fato de se ter uma forma não invasiva de estudar esta onda cerebral pode conduzir a um conhecimento, diagnóstico e tratamento da enxaqueca, epilepsia e outras condições neurológicas, como o acidente vascular cerebral e traumatismo craniano.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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