quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Como se testa um cosmético sem crueldade animal? Com pele 3D

Atualmente, existem muitos métodos de ensaio em laboratório que podem ser usados ​​no lugar de testes em animais. Em vez de medir quanto tempo leva um produto químico para queimar a córnea do olho de um coelho, os fabricantes podem agora testar esse produto químico em estruturas de tecido 3D semelhantes à córnea produzidos a partir de células humanas. Troca-se, assim, a desumana técnica "in vivo" por outras que não afligem nenhum animal.

No Brasil, a Natura foi uma das primeiras gigantes do setor a extinguir os testes de cosméticos em animais, em 2006. Para comemorar os dez anos desse marco, a empresa abriu seu laboratório de análise toxicológica para jornalistas que foram conferir de perto como são realizados os testes de segurança na fábrica, em Cajamar, São Paulo. Nesse tempo, a empresa investiu em infraestrutura de laboratório, em equipamentos modernos e na contratação de cientistas especializados na área.

"A gente acredita num futuro sem testes em animais", diz Vanessa Rocha, cientista da Natura. "Mas desenvolver novos ingredientes sem testar em animais é um desafio tecnológico muito grande. Nestes últimos 10 anos, nós fizemos 20 parcerias com universidades nacionais e institutos de pesquisa internacionais para encontrar alternativas. Com isso, desenvolvemos 67 metodologias alternativas ao uso de animais para testes de eficácia e segurança de produtos", conta.

A empresa já gerou 20 patentes depositadas para novos ingredientes sem testar em animais. Os métodos modernos de teste incluem exames sofisticados usando células e tecidos humanos (o chamado "in vitro"), técnicas de modelagem de computador avançadas (conhecidas como modelos "in silico"), e estudos com voluntários humanos. Todo esse processo meticuloso para garantir a segurança e eficácia dos produtos pode levar até quatro meses para ser realizado.

In silico

O primeiro passo dos testes de toxicologia é o in silico, que consiste em simulações computacionais. Através de uma ferramenta sofisticada que simula a biologia humana e a progressão do desenvolvimento de problemas de saúde, os cientistas da Natura analisam a estrutura química dos ingredientes do novo princípio ativo e simulam seus riscos.

Eles podem prever como os ingredientes do cosmético reagirão no corpo, fazendo estimativas de probabilidade de uma substância ser perigosa, com base na sua semelhança com as substâncias existentes e o conhecimento que se tem sobre a biologia humana. As substâncias químicas também são avaliadas quanto à capacidade de causar efeitos como o aumento de colágeno, fibras elásticas e alergia.

Com informações de Exame

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