segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Como escrever os Medicamentos corretamente

Profissionais de saúde e seu pessoal de suporte frequentemente produzem copias manuscritas de informações que eles viram impressas; com isso essas informações estão sujeitas a possibilidades ainda maiores de erro ou má interpretação por parte de outros. Então, deve ser tomado cuidado particular quanto ao modo de expressar nomes e potências de medicamentos ao criar documentos manuscritos de cuidados médicos.


Seguem alguns exemplos de regras de escrita segura sugeridas pelo Institute for Sale Medication Practices, Inc.* (Instituto de Práticas Seguras de Medicação, Inc.)

1. Deve haver um espaço entre o número e suas unidades conforme seja mais fácil de ler. Não deve haver ponto final após abreviações como mg ou mL.

Correto: 10 mg - 100 mg
Incorreto: 10mg - 100mg

2. Nunca colocar vírgulas e zeros após um número inteiro (2 mg é correto e 2,0 mg é incorreto). Se a vírgula decimal não for vista porque está sobre uma linha ou porque os indivíduos estão trabalhando a partir de cópias em que a vírgula decimal não está visível, isso causa uma overdose de 10 vezes o valor correto.

3. O contrário também é verdadeiro para número menores que 1. Sempre colocar um zero antes de uma vírgula decimal (0,5 mL é correto e ,5 mL é incorreto).

4. Nunca abreviar a palavra unidade. O U ou u manuscrito parecem um 0 (zero) e podem causar um erro de hiperdosagem de 10 vezes o valor correto.

5. UI não é uma abreviação segura para Unidades Internacionais. Escrever Unidades Internacionais ou unid. int.

6. Q.D. não é uma abreviação segura para 1 vez/dia, pois quando Q é seguido por um ponto sujo, parece ser QID, o que significa 4 vezes/dia.

7. O.D. não é uma abreviação segura para 1 vez/dia, pois é propriamente interpretado como "olho direito" e causou a administração incorreta de medicações líquidas, como solução saturada de iodeto de potássio e solução de Lugol. Não há abreviação segura para 1 vez/dia, que deve ser escrita por extenso.

8. Não utilizar nomes químicos, como 6-mercaptopurina ou 6-tioguanina, pois foram administradas hiperdosagens de 6 vezes o valor correto quando não foram reconhecidos como nomes químicos. Os nomes próprios desses medicamentos são mercaptopurina e tioguanina.

9. Não abreviar nomes de medicamentos (5FC, 6MP, 5-ASA, MTX, HCTZ, CPZ, PBZ, etc.), pois eles podem ser mal interpretados e provocar erros.

10. Não utilizar o sistema ou símbolos farmacêuticos.

11. Não abreviar micrograma como µg; utilizar mcg, pois há menor probabilidade de má interpretação.

12. Ao escrever uma prescrição para paciente ambulatorial, fazer uma prescrição completa que pode prevenir o prescritor, o farmacêutico e/ou paciente de cometer erros e pode eliminar a necessidade de maiores esclarecimentos.

Prescrições legíveis devem conter:

a. Nome completo do paciente;
b. Para pacientes pediátricos ou geriátricos: idade (ou peso, quando aplicável);
c. Nome do medicamento, forma de apresentação e potência; se o medicamento for novo ou raramente prescrito, imprimir essas informações;
d. Número ou quantidade a ser dispensada;
e. Instruções completas para o paciente, inclusive o propósito da medicação;
f. Quando há contraindicações reconhecidas para um medicamento prescrito, indicar ao farmacêutico que você está ciente desse fato (isto é, quando prescrever um sal de potássio para um paciente fazendo uso de um inibidor da ECA, escrever "nível sérico de K sendo monitorizado").

*De "Safe Writing" por Davis NM, PharmD e Cohen MR, MS, Lectures and Consultants for Safe Medication Practices, 1143 Write Drive, Huntington Valley, PA 19006.

Referência: Medicamentos Lexi-Comp Manole - 1ª edição brasileira


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