Especialistas desvendam segredos na UTAD
Para desvendar os segredos de um bom azeite, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) recebeu um Curso de Prova de Azeite, conduzido por peritos em olivicultura e destinado a produtores, estudantes e público em geral.
“Devemos valorizar as qualidades sensoriais do azeite como os aromas e sabores frutados, amargos, picantes e doces, bem como detectar possíveis defeitos. A acidez não deverá ser o único fator de qualidade”, declara o especialista Francisco Pavão.
A maioria dos consumidores escolhe o azeite de acordo com a acidez, um “procedimento que está completamente errado“, de acordo com o responsável, “pois esta constitui apenas um dos parâmetros de qualidade”.
Outros consumidores deixam-se influenciar pela cor do azeite, optando por azeites com cores mais claras. No entanto, na análise sensorial, a cor não é avaliada.
Os participantes provaram Azeites Virgens Extra e Azeites Virgens “com o objectivo de dar a conhecer as características sensoriais” do produto.
“Os dois são extraídos diretamente da azeitona, pelo que podem ser denominados de ‘sumo de azeitona’, enquanto o Azeite resulta da mistura de azeite refinado (através de produtos químicos) com um pouco de Azeite Virgem”, explica Francisco Pavão.
Os especialistas defendem que os consumidores devem optar, em primeiro lugar, por Azeites Virgem Extra e depois Virgem, dependendo da aplicação que querem dar ao azeite.
“O Azeite Virgem Extra não tem defeitos sensoriais e apresenta acidez expressa em ácido oleico até 0,8%. Já o Azeite Virgem poderá ter alguns defeitos sensoriais, ainda que ligeiros, e acidez compreendida entre os 0,8% e os 2%,” elucida o perito.
Além disso, o especialista salienta que a acidez apenas é detectada através de análise físico-química, não sendo perceptível na prova.
O curso sublinhou também os benefícios para a saúde do azeite que, além da ação antioxidante das vitaminas A, D, E e K, tem efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, tônicos e protetores da pele, auxiliando ainda na fixação de cálcio, na melhoria do sistema digestivo e no controlo da diabetes.
Questionado sobre o uso de fitofármacos (pesticidas e fertilizantes) no olival, Francisco Pavão defende que “o uso deste tipo de produtos está associado à manutenção da superfície do solo e ao combate a pragas e doenças.” No entanto, “são usados no âmbito de sistemas de agricultura que minimizam impactos no ambiente, nomeadamente a Produção Integrada e a Agricultura Biológica.”
A iniciativa integra-se no Projecto Olivatmad – Redes Temáticas de Informação e Divulgação da Fileira Olivícola em Trás-os-Montes e Alto Douro, organizado em parceria com o Departamento de Agronomia e o Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas da UTAD.
Fonte: Ciência Hoje
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