sábado, 5 de outubro de 2013

Criado antibiótico que pode ser ligado e desligado no corpo

Cientistas da Universidade de Groningen (Holanda) desenvolveram um antibiótico cuja atividade pode ser controlada - ele pode ser ligado e desligado.

A ativação do medicamento é feita usando apenas luz.

É possível "ligar" a substância imediatamente antes da utilização, após o que ela lentamente vai perdendo sua atividade.

Antibióticos no meio ambiente

A grande expectativa é que o medicamento possa evitar a liberação de antibióticos ativos no meio ambiente, uma das principais razões do desenvolvimento das chamadas superbactérias, que se tornam resistentes aos antibióticos.

Os antibióticos nos protegem contra infecções letais, mas também são amplamente utilizados na agropecuária.

Mesmo os antibióticos ingeridos pelo homem passam em larga medida pelo corpo, sendo excretados e indo parar no ambiente.

Qualquer que seja a origem e o caminho, o resultado potencial é o desenvolvimento de cepas bacterianas resistentes.

Se apenas antibióticos desativados forem para o ambiente, uma das maiores causas da resistência bacteriana poderá ser eliminada.

Antibiótico com chave liga-desliga

Willem Velema e Ben Feringa criaram variantes de um antibiótico conhecido anexando a ele uma molécula que muda de estrutura sob ação da luz.

Inicialmente, a molécula torna o antibiótico inócuo, eliminando seu efeito.

Mas, quando modificada pela ação da luz, ela "religa" o medicamento, que reconquista sua funcionalidade original.

Os pesquisadores demonstraram que é possível ligar o antibiótico em qualquer momento.

Com o passar o tempo, a molécula retorna do estado ativo de cis-isômero para o estado de trans-isômero, que inativa o antibiótico.

A meia-vida - o tempo que o antibiótico ficará ativo - é de cerca de duas horas à temperatura do corpo.

Os pesquisadores enfatizam que seus experimentos apenas demonstram que é possível controlar a atividade de um antibiótico com luz.

"O caminho desta ideia até uma droga ativa [comercialmente disponível] é muito longo, pode ser mais dez anos," ressalta Feringa.

Fonte: Diário da Saúde

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