Radioterapia de prótons
Pacientes com câncer da próstata que receberam um novo e
caro tratamento, conhecido como radioterapia de prótons, não tiveram
praticamente nenhuma redução de efeitos colaterais como incontinência urinária
e disfunção erétil.
A comparação foi feita em relação aos pacientes
submetidos ao tratamento de radiação padrão, chamado radioterapia de
intensidade modulada (RTIM).
Os tratamentos padrão para homens com câncer da
próstata, tal como a prostatectomia radical e a RTIM, são conhecidos por causar
efeitos colaterais adversos, os mais graves deles sendo a incontinência
urinária e a disfunção erétil.
Os proponentes da radioterapia de prótons
argumentam que as propriedades físicas dos prótons podem diminuir estes efeitos
colaterais.
Mas médicos da Universidade de Yale (EUA)
desmentiram os argumentos com dados práticos, em um artigo publicado no Journal
of National Cancer Institute.
Gasto sem benefício
"A radioterapia de prótons está crescendo em
popularidade e mais e mais centros de [tratamento com] prótons estão sendo
construídos em todo o país," disse o principal autor do estudo, Dr. James
Yu. "No entanto, há uma surpreendente falta de informação sobre se a
radioterapia de prótons é realmente superior à RTIM."
Para descobrir isso, a equipe estudou uma amostra
nacional de cerca de 30.000 homens que receberam tratamento com RTIM ou com a
radioterapia de prótons para câncer da próstata em 2008 e 2009.
A equipe descobriu que a incidência de complicações
foi um pouco menor para a radioterapia de prótons nos seis meses após o
tratamento, mas não houve mais qualquer diferença 12 meses após o tratamento.
Apesar de não haver nenhum benefício a longo prazo
para o tratamento em termos de minimização de efeitos colaterais, pacientes
estão se submetendo cada vez ao novo tratamento, que custa quase o dobro do
tratamento convencional.
Fonte:
Diário da Saúde