O medicamento Cialis Diário,
desenvolvido pela americana Eli Lilly, indicado originalmente para tratamento
de disfunção erétil, também passará a ser prescrito no Brasil para combater HPB
(Hiperplasia Prostática Benigna), uma doença que se caracteriza pelo aumento da
próstata e sintomas do trato urinário.
A farmacêutica obteve aprovação em
julho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a indicação do
medicamento para tratar as duas doenças. O produto será comercializado para
esta nova indicação a partir de outubro.
Segundo Allan Finkel, diretor de
vendas da Lilly, cerca de 50% dos homens que têm problema de disfunção erétil
apresentam também os sintomas de HPB. A farmacêutica estima que essa doença
atinge 5 milhões de brasileiros. "Este é o único medicamento disponível no
mercado internacional que trata os dois problemas", disse o executivo.
O Cialis foi lançado no mercado
nacional em 2003 para o combate de disfunção erétil e é líder na sua categoria.
Esse medicamento tem importantes concorrentes, como o Viagra, da Pfizer, cuja
patente já expirou, permitindo a entrada de várias versões genéricas no
mercado. O diferencial do produto da Lilly é a eficácia do produto - de 36
horas, ante de quatro a seis horas dos concorrentes. A patente do Cialis tem
validade até 2015.
Em 2005, o Cialis obteve status de
"blockbuster" (campeão de venda), com o acúmulo de mais de US$ 51
bilhões em receita global desde seu lançamento. No Brasil, o produto tornou-se
líder nessa categoria em 2006. Em 2011, Cialis foi o 5º produto mais importante
da Lilly em receita global, atingindo US$ 1,88 bilhão. No acumulado do ano até
julho, a receita com o medicamento atingiu US$ 931 milhões.
A Lilly colocou no mercado o Cialis
Diário em 2007. Como sugere o próprio nome, o medicamento tem de ser consumido
diariamente, permitindo ao paciente manter relações sexuais a qualquer momento.
O produto é comercializado em uma cartela com 28 comprimidos de 5 mg.
De acordo com Finkel, o laboratório
começou pesquisas há nove anos para indicar o medicamento para tratamento de
HPB. Nesse período, 17 estudos clínicos foram realizados para comprovar a
eficácia no tratamento de HPB. Esse produto já foi lançado nos Estados Unidos e
México. Com a nova indicação, a Lilly pretende ampliar sua liderança no país.
Do total das vendas do Cialis no país,
17% são na versão diária. A expectativa é de que atinja 30% a partir de 2013,
por conta da nova indicação do medicamento, afirmou o executivo.
"Projetamos um aumento de vendas de 70% em 2013 em relação a este
ano", afirmou.
O Cialis está em 4º lugar no ranking
geral de medicamentos (de todas as categorias, não apenas disfunção erétil) no
que diz respeito ao faturamento em reais e a 1ª posição no ranking de
medicamentos para disfunção erétil, também em receita, de acordo com dados da
consultoria IMS Health. Em volume, não tem a liderança.
No ano passado, as vendas do Cialis no
Brasil totalizaram R$ 227 milhões e deverão atingir R$ 257 milhões este ano,
segundo estimativas da companhia, ainda com base no IMS Health.
Jornalista: Mônica Scaramuzzo - Valor
Econômico
