Uma seringa a laser, sem agulha, está a ser
desenvolvida por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e deverá estar
disponível no mercado em 2013.
O Laserleap é um sistema em nada semelhante às
tradicionais seringas com agulha, mas que, tal como estas, permite fazer chegar
o medicamento ao destino pretendido, só que sem picada e recorrendo a laser.
O protótipo da “seringa” foi apresentado, esta
semana, na UC, onde o projeto se iniciou, em 2008, por um grupo de três
investigadores do Departamento de Química.
Através do laser, é criada uma onda de pressão que,
ao chegar à pele, gera uma “espécie de tremor de terra”, deixando-a
"durante alguns segundos permeável”, o que facilita a aplicação do
fármaco, administrado em creme ou gel, explicou à agência Lusa um dos
investigadores envolvidos no projeto, Carlos Serpa.
O fármaco “surte efeito mais rapidamente,
nomeadamente no caso dos analgésicos tópicos”, acrescentou.
Este tipo de tecnologia pode ser utilizado,
nomeadamente, no tratamento do cancro da pele e em determinadas doenças
dermatológicas, administração de vacinas ou aplicações em cosmética.
Os investigadores verificaram, através do teste em
três dezenas de estudantes do Departamento de Química, que o sistema “não
provoca dor nem vermelhidão, de uma maneira geral - “apenas cinco por cento dos
casos, mas passa rapidamente” – e é considerado “seguro para os humanos”.
O Laserleap já foi vencedor da primeira edição do premio
RedEmprendia (2010), no valor de 200 mil euros, o que levou já à criação de uma
empresa - LaserLeap Tecnologies, em setembro de 2011 – e atualmente incubada no
Instituto Pedro Nunes – e a um pedido de patente internacional, em abril de
2011.
Durante a apresentação do protótipo, o presidente
da RedEmpreendia, Senen Barro, classificou o projeto português de “excepcional”,
referindo que, na “corrida” ao premio, estiveram outros também “bastante bons”.
“A qualidade de vida de muitas pessoas pode mudar
radicalmente” com a nova seringa, acrescentou.
Estudo da Universidade de
Coimbra
