Uma
equipe de investigadores holandeses desenvolveu um dispositivo que poderá
ajudar os indivíduos que são incapazes de falar ou de se mover a gerir uma
conversa, de acordo com um estudo publicado na revista “Current Biology”.
Esta
nova tecnologia baseia-se na utilização da ressonância magnética funcional para
avaliar e analisar a consciência das pessoas que se encontram inconscientes,
num estado vegetativo, permitindo que estas respondam afirmativamente ou
negativamente as questões colocadas.
“Os
estudos anteriores realizados por Adrian Owen fizeram-me questionar se seria
possível utilizar a ressonância magnética funcional, tarefas mentais e desenhos
experimentais apropriados para codificar os pensamentos, letra a letra, o que
permitiria que a comunicação fosse estabelecida na ausência do comportamento
motor”, revelou, em comunicado de imprensa, a autora principal do estudo,
Bettina Sorger.
Neste
estudo os investigadores da Maastricht University, na Holanda, desenvolveram
uma técnica de descodificação de letras que praticamente não requer formação
prévia. Os participantes do estudo selecionaram voluntariamente letras num
écran e para cada caracter específico foram convidados a realizar uma tarefa
mental específica, durante um período de tempo estipulado. Este processo
produziu 27 padrões cerebrais distintos correspondentes a cada letra do
alfabeto e ao equivalente ao espaçamento entre as palavras, o que poderia ser
automaticamente descodificado, em tempo real, através de um método de análise
de dados recentemente desenvolvido. Em cada experiência de comunicação, os
participantes mantiveram uma curta conversa, que consistia em duas perguntas e
respostas.
Os
resultados deste estudo expandem substancialmente a utilização da ressonância
magnética funcional, que até então apenas permitia aos indivíduos responderem a
perguntas de múltipla escolha, com quatro ou menos respostas possíveis, com
livre soletração. Este processo poderá fazer toda a diferença para os
indivíduos que se encontram completamente paralisados, e que não podem
beneficiar de outros meios de comunicação alternativos.
Estudo publicado na
“Current Biology”