segunda-feira, 30 de julho de 2012

Dispositivo quebra silêncio dos indivíduos paralisados


Uma equipe de investigadores holandeses desenvolveu um dispositivo que poderá ajudar os indivíduos que são incapazes de falar ou de se mover a gerir uma conversa, de acordo com um estudo publicado na revista “Current Biology”.

Esta nova tecnologia baseia-se na utilização da ressonância magnética funcional para avaliar e analisar a consciência das pessoas que se encontram inconscientes, num estado vegetativo, permitindo que estas respondam afirmativamente ou negativamente as questões colocadas.

“Os estudos anteriores realizados por Adrian Owen fizeram-me questionar se seria possível utilizar a ressonância magnética funcional, tarefas mentais e desenhos experimentais apropriados para codificar os pensamentos, letra a letra, o que permitiria que a comunicação fosse estabelecida na ausência do comportamento motor”, revelou, em comunicado de imprensa, a autora principal do estudo, Bettina Sorger.

Neste estudo os investigadores da Maastricht University, na Holanda, desenvolveram uma técnica de descodificação de letras que praticamente não requer formação prévia. Os participantes do estudo selecionaram voluntariamente letras num écran e para cada caracter específico foram convidados a realizar uma tarefa mental específica, durante um período de tempo estipulado. Este processo produziu 27 padrões cerebrais distintos correspondentes a cada letra do alfabeto e ao equivalente ao espaçamento entre as palavras, o que poderia ser automaticamente descodificado, em tempo real, através de um método de análise de dados recentemente desenvolvido. Em cada experiência de comunicação, os participantes mantiveram uma curta conversa, que consistia em duas perguntas e respostas.

Os resultados deste estudo expandem substancialmente a utilização da ressonância magnética funcional, que até então apenas permitia aos indivíduos responderem a perguntas de múltipla escolha, com quatro ou menos respostas possíveis, com livre soletração. Este processo poderá fazer toda a diferença para os indivíduos que se encontram completamente paralisados, e que não podem beneficiar de outros meios de comunicação alternativos.

Estudo publicado na “Current Biology”