domingo, 31 de julho de 2011

Partição de comprimidos



Práticas comuns entre os consumidores e pouco recomendadas pelos profissionais de saúde, como dividir, triturar ou dissolver medicamentos, podem comprometer o tratamento e representar grande risco à saúde. Muitas vezes, por conta própria, o paciente adota a partilha de comprimidos com a finalidade de adequar a dose prescrita pelo médico, facilitar a deglutição ou até mesmo por economia. O que poucos sabem é que esta prática pode ocasionar erros na dosagem.

Em artigo publicado no periódico Journal of Advanced Nursing da Universidade de Ghent, na Bélgica, os pesquisadores descobriram que 31% dos comprimidos que foram divididos tinham uma dosagem diferente da esperada. Isso significa que partir um comprimido de 150mg em duas partes não é o mesmo que ter em mãos dois pedaços com 75mg. Até mesmo as pílulas cortadas por aparelhos específicos apresentam grande margem de erro - em 13% dos casos, a dosagem era diferente.

Mau uso

Os relatos do mau uso de medicamentos têm sido amplamente discutidos pela Comissão Assessora de Farmácia do CRF-SP, que classifica o ato de alterar a forma original de qualquer apresentação farmacêutica como uma prática altamente condenável. 

Segundo a Comissão, a regra também vale para casos de comprimidos que vem com o sulco central, indicando o local onde podem ser partidos, pois não há garantia de que as partes serão idênticas, que não haverá perda e que, portanto, o medicamento terá a mesma eficiência terapêutica.

Recomendação 

O farmacêutico é o profissional indicado para esclarecer qualquer dúvida sobre o uso de medicamentos e adequação das doses. Há opções de medicamentos em diferentes apresentações farmacêuticas como xaropes, suspensão, gotas e supositórios e, o farmacêutico pode entrar em contato com seu médico para sugerir alternativas que garantam a eficácia do tratamento.  O médico também pode prescrever os medicamentos para serem manipulados em farmácias magistrais, adequando assim o tratamento às necessidades específicas de cada paciente quanto à dosagem.

Fonte: Carlos Nascimento
Assessoria de Comunicação CRF-SP