segunda-feira, 18 de junho de 2018

Sons dos intestinos podem indicar síndrome do intestino irritável

Uma equipe de investigadores desenvolveu um cinto acústico que permite escutar os sons produzidos pelos intestinos, podendo ajudar os médicos a diagnosticarem a síndrome do intestino irritável (SII) de forma mais fácil.

Calcula-se que a SII afete entre 10 a 20% da população dos países desenvolvidos. Os sintomas da doença incluem obstipação, diarreia, sensação de gás, inchaço abdominal e dor. Não se sabe as causas da SII, que passa muitas vezes sem ser diagnosticada pois os métodos usados não proporcionam exatidão ou são invasivos (colonoscopia).

A equipe de investigadores do Centro Marshall da Universidade da Austrália Ocidental, na cidade de Perth, usou a nova tecnologia, que tinha sido inicialmente desenvolvida para escutar os sons de atividade das térmites, para procurarem detectar problemas no sistema gastrointestinal humano. 

A tecnologia foi adaptada para um cinto que pode ser usado por humanos. Com a ajuda de técnicas de aprendizagem de máquina, o cinto foi treinado para distinguir os complicados padrões sonoros produzidos pelos intestinos humanos.

Neste sentido, a equipa liderada por Barry Marshall recrutou 31 voluntários com diagnóstico de SII e 37 sem SII. Foram monitorizados os sons dos intestinos durante duas horas após jejum e durante 40 minutos após uma refeição.

Com os dados recolhidos, o sistema construiu um modelo de índice acústico para a SII. Seguidamente, testaram o cinto em mais 15 pacientes com SII e 15 sem a doença. O cinto consegui uma eficácia de 87% no diagnóstico de SII.

“Assim que desenvolvermos melhor o cinto e o testarmos em mais pacientes, esta ferramenta terá como fim o uso em contextos de cuidados de saúde primários para o diagnóstico de SII”, disse Josephine Muir, diretora associada do Centro Marshall.

A especialista acrescentou que “espera-se que esta nova tecnologia possa oferecer uma forma menos invasiva de diagnosticar esta doença dolorosa e por vezes debilitante”. 

Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A. 

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