domingo, 13 de agosto de 2017

Adoçantes artificiais associados a ganho de peso

Adoçantes artificiais são frequentemente encontrados em uma ampla variedade de produtos, de refrigerantes a iogurtes, e até mesmo em analgésicos infantis.

Agora, a revisão de algumas evidências sugere que eles podem estar associados a ganho de peso, contrariando uma das muitas razões por trás da introdução deles.

Adoçantes não nutritivos – significando que eles não têm valor nutricional – são compostos que oferecem o sabor doce do açúcar sem as mesmas calorias. Eles podem ser de 30 a 8000 vezes mais doces que o açúcar.

Como têm um grande impacto adoçante, são frequentemente escolhidos como uma alternativa ao açúcar porque acredita-se que engordem menos.

Dessa forma, vem aumentando o consumo de aspartame, sacarina, estévia e ingredientes semelhantes.


Perda de peso ou ganho de peso?

No entanto, alguns estudos prévios sugeriram que adoçantes artificiais podem interferir com a habilidade do organismo de metabolizar açúcar, com a microbiota intestinal, e com o controle do apetite. Alguns estudos em animais relataram que a exposição em longo prazo pode aumentar o consumo de alimentos, o ganho de peso e a gordura corporal.

Para tentar explicar esse paradoxo, uma equipe da University of Manitoba (Canadá), analisou os resultados de sete ensaios de alta qualidade envolvendo 1003 pessoas que foram acompanhadas por uma média de seis meses.

Eles descobriram que as evidências desses estudos controlados randomizados não demonstram claramente que os adoçantes artificiais não nutritivos são benéficos para controle do peso.

Doença cardíaca, diabetes e hipertensão

Estudos observacionais mais longos, porém menos rigorosos, sugeriram uma ligação entre o consumo de rotina de adoçantes não nutritivos e um aumento, em longo prazo, no índice de massa corporal (IMC), e um maior risco de diabetes, doença cardíaca e hipertensão.

No entanto, o estudo publicado no Canadian Medical Association Journal conclui que “essas associações não foram confirmadas em estudos experimentais, e podem ser influenciadas por viés de publicação”.

Os autores solicitam novos estudos para avaliar a composição de diferentes tipos de adoçantes artificiais e para comparar o efeito deles com o do açúcar.

Reação da indústria

Comentando os achados em uma declaração por e-mail, Gavin Partington, diretor-geral da British Soft Drinks Association, disse: “Adoçantes de baixa ou nenhuma caloria têm sido demonstrados como seguros por todas as autoridades de saúde no mundo, incluindo a European Food Safety Authority”.

Ele disse que a última pesquisa contradiz a maioria das outras pesquisas sobre adoçantes alternativos.

FONTES:
Nonnutritive sweeteners and cardiometabolic health: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials and prospective cohort studies, Azad M et al, Canadian Medical Association Journal
Comunicado à imprensa, Canadian Medical Association Journal
British Soft Drinks Association

Com informações de Medscape

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