Um estudo publicado na Nature mostra que pesquisadores europeus encontraram uma maneira de reproduzir ratos de proveta (in vitro) a partir de uma técnica que não utiliza óvulos.

Em mamíferos, um embrião partenogenético não sobrevive por muitos dias após o nascimento. Em alguns animais, porém, ele pode ser utilizado para a reprodução assexuada. Lagartixas, lagartos, cobras e crustáceos, por exemplo, se reproduzem a partir dele. Diferentemente dos mamíferos, esses animais não precisam do esperma para a fecundação.
Assim, para que a reprodução aconteça nos ratos, os cientistas injetaram esperma no embrião partenogenético que, depois, foi implantado em ratos fêmeas. O resultado foi o nascimento de 30 filhotes que não apresentaram problemas de saúde – alguns deles até tiveram seus próprios bebês.
De acordo com o estudo, a taxa de sucesso do procedimento foi de 24%. Pode parecer pouco, mas é quase a mesma taxa de sobrevivência dos embriões gerados a partir de fertilizações in vitro – que chega a 30% para mulheres com menos de 35 anos.
A beleza dessa descoberta é que esse tipo de embrião age como qualquer outra célula do corpo. Assim, os cientistas não precisam usar exclusivamente células reprodutoras, como óvulos e espermas, para criar um embrião. A técnica pode revolucionar o futuro da reprodução, pois mulheres e homens inférteis poderiam ter filhos e até mesmo casais de homens poderiam gerar uma vida a partir de uma célula partenogenética.
“Esta pesquisa pode nos ajudar a entender um pouco mais sobre o nascimento da vida humana e o que controla a viabilidade de embriões”, disse Paul Colville-Nash, médico do Conselho de Pesquisa Médica do Reino Unido (entidade que financiou o estudo), em entrevista ao jornal The Guardian.
Contudo, para desenvolver o feto ainda é necessário um útero, ou uma barriga de aluguel. Uma pesquisa recente, também publicada na Nature, tentou retirar o órgão reprodutor feminino da equação. Os cientistas criaram embriões em uma placa de petri por 13 dias. Porém, eles foram obrigados a parar o experimento devido à questões éticas.
Com informações de Exame
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