Um estudo publicado na edição de setembro da revista “Sleep” – publicação conjunta da Sociedade de Pesquisa do Sono e da Academia Americana de Medicina do Sono – mostrou que a quantidade de horas de sono influencia na imunidade do nosso organismo.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores das universidades da Califórnia e de Pittsburgh avaliaram o sono de 164 voluntários durante sete dias consecutivos por meio de um aparelho de monitoramento. Depois, eles foram levados a um mesmo local para ficar numa espécie de confinamento, onde era possível avaliar de perto a situação clínica de cada um.
Os participantes, então, receberam algumas gotas de uma solução nasal contendo rinovírus – o causador dos resfriados. Durante cinco dias eles foram monitorados pelos pesquisadores, que verificaram neste período a evolução do estado clínico desde o momento da contaminação até o aparecimento dos sintomas .
Também foi analisada a qualidade do sono e a quantidade de horas que cada um dormia. Para evitar desvios, foram excluídas as pessoas que tinham uma alta resposta imune prévia para o vírus. Ao fim, os pesquisadores detectaram uma maior propensão ao resfriado entre os que dormiam menos de sete horas.
Segundo a pesquisa, quem dorme menos de cinco horas está 4,5 vezes mais propenso a desenvolver um resfriado que uma pessoa que dorme sete horas ou mais. Para os que dormem de cinco a seis horas por noite, a chance de ficar doente é 4,2 vezes maior quando comparado ao grupo de sono mais estendido.
A resposta não é de se espantar. Outros estudos já mostraram que dormir é importante para a metabolização de radicais livres e para a recomposição das funções cardiorrespiratórias. “O sono é mais que um descanso. Ele é ativamente programado pelo cérebro e tem características próprias, sendo importante também para a metabolização de emoções”, diz o pneumologista Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do Incor de São Paulo.
O problema é que temos dormido cada vez menos e cada vez pior. “A quantidade de horas de sono é variável de pessoa para pessoa. Mas, sem dúvida, somos uma sociedade privada de sono”, afirma Lorenzi Filho, que destaca outros problemas causados pelas horas a menos na cama : “perda de memória, dificuldade de aprendizado, risco maior de depressão, maior propensão ao consumo de açúcar. Em resumo, menos qualidade de vida”.
Com informações de Gazeta do Povo
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