Os
adultos mais velhos revelam um melhor desempenho em funções cognitivas durante
o período da manhã, revelou um estudo recente publicado na revista “Psychology
and Aging”.
“A altura do dia é relevante quando se está a testar adultos mais velhos”,
afirmou John Anderson, autor principal do estudo.
Para o estudo, a equipa de investigadores do Rotman Research Institute at
Baycrest Health Sciences e da Universidade de Toronto, no Canadá, contou com a
participação de 16 adultos jovens (entre os 16 e 30 anos) e de 16 adultos mais
velhos (com idades entre os 60 e os 82 anos).
Os participantes foram convidados a participar numa sequência de testes à
memória entre as 13h e as 17h da tarde. Para os testes, os participantes
precisavam de estudar e lembrar-se de uma série de combinações de imagens e
palavras que surgiam num ecrã de computador.
Para distrair os participantes, os investigadores incluíram algumas associações
de palavras irrelevantes a certas imagens e imagens irrelevantes associadas a
algumas palavras.
À medida que os participantes efetuavam os testes, os seus cérebros eram
monitorizados através de ressonância magnética funcional para que fosse
possível observar as áreas do cérebro que iam sendo ativadas.
Como resultado, os adultos mais velhos revelaram um índice 10% superior de
distração devido à informação irrelevante do que os mais jovens. Estes últimos
conseguiram ignorar, na maioria, a informação irrelevante.
A equipe testou um outro grupo de 18 adultos mais velhos entre as 8h30 e as
10h30 da manhã. Desta vez, os resultados foram significativamente melhores.
Este grupo conseguiu concentrar-se nas tarefas, tendo mesmo conseguido
ultrapassar a diferença em termos de desempenho e idade em relação aos mais
jovens.
Os adultos mais velhos testados durante a manhã ativaram as mesmas áreas do
cérebro que os mais jovens para ignorar as distrações, o que sugere que a
altura do dia poderá ser importante para o desempenho e para o tipo de
atividade cerebral desempenhada que se pode esperar daquela faixa etária. As
áreas do cérebro ativadas pelo grupo da manhã foram as regiões de controle
atencional.
John Anderson recomenda, face aos resultados, que os adultos mais velhos
reservem as tarefas mentalmente mais complicadas para o período da manhã:
experimentar uma nova receita culinária, preencher formulários complexos,
calcular impostos, etc.
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