domingo, 25 de maio de 2014

Cancro do pâncreas: combinação de fármacos melhora tratamento

Um cocktail de fármacos poderá melhorar o tratamento do cancro do pâncreas, um dos cancros com menor taxa de sobrevivência, dá conta um estudo realizado pelos investigadores da Universidade de Virginia Commonwealth.

A remoção cirúrgica do cancro do pâncreas é a melhor forma de garantir a sobrevivência. Contudo, apenas 15% dos pacientes são submetidos a este tipo de cirurgia, pois o cancro é habitualmente diagnosticado em estádios avançados da doença. Uma vez que nas duas últimas décadas não se têm verificado grandes melhorias no que diz respeito à saúde destes pacientes há de fato uma grande necessidade de encontrar novas terapias e opções de tratamento.  

Os investigadores referem que a doxorrubicina (DOX, sigla em inglês) é um dos fármacos utilizados habitualmente no tratamento do cancro. Contudo, muitos dos pacientes desenvolvem resistência à DOX devido ao aumento de ativação de proteínas de sobrevivência específicas ou através do aumento de expressão de transportadores de fármacos que reduzem os níveis celulares dos fármacos. Isto é particularmente verdade para o cancro do pâncreas, o qual não responde a múltiplas estratégias de tratamento, incluindo a DOX.

Assim, neste estudo, os investigadores focaram-se nos mecanismos de resistência a este fármaco, tendo utilizado a DOX em combinação com um outro fármaco, o BEZ235 (BEZ), que inibe as proteínas de sobrevivência associadas à resistência à DOX.

O estudo apurou que a exposição das células cancerígenas do pâncreas à combinação destes fármacos diminui significativamente a taxa de sobrevivência destas células, comparativamente com o tratamento com apenas um dos fármacos. Estes resultados foram correlacionados com um aumento nos danos do ADN, bem como na morte celular programada.

Os investigadores verificaram também que o tratamento com os dois fármacos conduziu a uma maior acumulação do DOX nas células cancerígenas. Assim, estes resultados mostram que para além de inibir a sobrevivência de proteínas envolvidas na resistência aos fármacos, o BEZ é também capaz de inibir o transporte do fármaco para fora das células. Estes resultados obtidos através de experiências in vitro foram também confirmados em estudos in vivo.

Na opinião dos investigadores, estes resultados promissores poderão conduzir ao desenvolvimento de ensaios clínicos e promover potencialmente o desenvolvimento de opções de tratamento viáveis para os pacientes com cancro do pâncreas. 

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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