Pesticidas e pestes
Há vários anos, uma equipe da Universidade da
Califórnia em Los Angeles (EUA) tem traçado as ligações entre os pesticidas e
o Mal de Parkinson.
Até o momento, haviam sido encontradas ligações
entre os pesticidas paraquat, maneb e zirame e um aumento na incidência de
Parkinson.
Os dados revelam que esses agrotóxicos afetam não
apenas os trabalhadores rurais, mas também indivíduos que vivem nas
proximidades das lavouras onde eles são aspergidos.
Agora, a equipe descobriu que outro pesticida - o
fungicida benomil - pode aumentar o risco de Parkinson até 10 anos depois de
ter sido aplicado.
E, o que é mais preocupante, a cadeia de eventos
disparada pelo benomil pode afetar pessoas com Parkinson que nunca foram
diretamente expostas ao pesticida.
Benomil e Parkinson
A exposição ao benomil, segundo os pesquisadores,
dispara uma cadeia de eventos celulares que pode resultar no surgimento do Mal
de Parkinson.
O pesticida impede que uma enzima, chamada ALDH
(aldeído desidrogenase) controle a DOPAL, uma toxina que ocorre naturalmente no
cérebro.
Quando deixada sem controle pela ALDH, a DOPAL se
acumula, danificando neurônios e aumentando o risco de que a pessoa desenvolva
o Mal de Parkinson.
Fatores ambientais
Arthur Fitzmaurice e seus colegas afirmam que,
embora tenham sido identificadas algumas variações genéticas que causam uma
forma hereditária de Parkinson, apenas uma pequena fração da doença pode ser
atribuída aos genes.
"Por decorrência, os fatores ambientais quase
certamente desempenham um papel importante nessa desordem," diz ele.
"Entender os mecanismos relevantes, particularmente o que causa a perda
seletiva de neurônios dopaminérgicos, pode dar importantes informações sobre
como essa doença se desenvolve."
Os pesquisadores acreditam que novos medicamentos
que protejam a atividade da ALDH possam eventualmente ajudar a retardar a
progressão da doença.
Fonte:
Diário da Saúde
