Deficiência
imunológica
A descoberta é
um indício forte de que o HIV pode estar permitindo que novos patógenos humanos
evoluam usando o estado de saúde mais frágil das pessoas imunodeprimidas.
A maioria das
pessoas já teve infecções por salmonelas, geralmente comendo carne contaminada
com as bactérias.
Os efeitos,
contudo, não passam de um desarranjo intestinal passageiro.
Na África,
contudo, a bactéria parece estar passando para o sangue das pessoas com o sistema
imunológico deprimido
pela má nutrição, sobretudo crianças, pela AIDS ou pela malária.
Salmonela
não-tifoidal invasiva
A contaminação
causa uma febre que os médicos estão chamando de iNTS (invasive
non-typhoidal salmonella) - salmonela não-tifoide invasiva.
O grande
problema é que o efeito da infecção é devastador, podendo matar os pacientes em
até 45% dos casos.
Chinyere Okoro
e sua equipe do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido, conseguiram
agora sequenciar o DNA de várias amostras de iNTS coletadas na África.
Isto tornou
possível mapear a origem genética dessas bactérias, determinando sua
"árvore familiar" conforme elas se espalhavam pelo continente.
Uma primeira
cepa surgiu no Malawi, no sudeste da África, nos anos 1960, e levou cerca de 10
anos para se espalhar pela África Central.
Contudo, a
partir dos anos 1980, essa linhagem parece ter sido substituída por uma segunda
cepa, esta resistente ao cloranfenicol, o antibiótico usado para tratar as
infecções da primeira bactéria.
Contaminação
de pessoa para pessoa
Tanto a época
quanto a localização dos surtos iniciais de iNTS coincidem largamente com a
epidemia de HIV que assola o continente.
A epidemia só
não adquiriu proporções ainda mais graves porque a iNTS afeta sobretudo
crianças, que praticamente não viajam - o HIV, por sua vez, espalhou-se
largamente acompanhando o trânsito de adultos em viagem.
Segundo os
pesquisadores, este é mais um caso de bactérias que tiram vantagem adaptando-se
ao ser humano, como já ocorrera com outra Salmonella, que causa a febre tifoide.
No caso da
febre tifoide, a adaptação foi tão grande que agora a doença já pode ser
adquirida de outra pessoa, em vez de depender de uma contaminação no ambiente.
Se a suspeita
estiver correta, a iNTS brevemente poderá ser transmitida de pessoa para
pessoa, gerando um problema de saúde ainda mais grave.
Fonte:
Diario da Saúde - Com informações da New Scientist
