Alimentos reforçados
Feijão com o dobro de ferro, batata-doce alaranjada
com muita vitamina A e arroz polido com altos teores de zinco.
Esses alimentos já estão sendo produzidos no Brasil
e podem ser aliados importantes no combate à desnutrição, principalmente da
população mais pobre.
Os produtos foram desenvolvidos pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e são conhecidos como alimentos
biofortificados.
Sem transgênicos
A técnica proporciona o melhoramento por meio da
seleção das sementes que apresentam características desejáveis de
micronutrientes e não usa a manipulação genética, o que significa que não são
alimentos transgênicos.
A pesquisa começou há cerca de dez anos, sob a
coordenação da engenheira de alimentos da Embrapa Marilia Nucci.
"Nós estamos desenvolvendo cultivos agrícolas
com maiores teores de ferro, zinco e pró-vitamina A. Começamos trabalhando com
mandioca, feijão e milho. Depois fomos adicionando outros alimentos, como o
feijão caupi [variedade resistente à seca], batata-doce, trigo e abóbora.
Estamos buscando alimentos básicos, consumidos em grande quantidade pela
população mais carente."
Alimentos biofortificados
O feijão teve os teores elevados de 50 gramas para
90 gramas de ferro por quilo.
A mandioca, que praticamente não tem betacaroteno,
passou para nove microgramas por grama.
A batata-doce teve o betacaroteno elevado de 10
microgramas por grama para 115 microgramas por grama. O arroz teve o teor de
zinco acrescido de 12 para 18 microgramas por quilo.
"A batata-doce que nós lançamos é cor de
abóbora. Ela tem a mesma quantidade de pró-vitamina A que a cenoura. O gosto é
muito bom e está agradando principalmente as crianças", disse.
A Embrapa faz parte de uma aliança internacional
para desenvolver alimentos biofortificados, mas a propriedade intelectual do
que for desenvolvido no Brasil pertencerá à empresa.
No país, já são cerca de 1,2 mil famílias plantando
alimentos biofortificados, com expectativa de se chegar a 15 mil nos próximos
três anos.
Projeto Biofort
Em 2014, a Embrapa pretende desenvolver um teste de
impacto nutricional com a população para medir os resultados dos alimentos
biofortificados em comparação aos convencionais.
Atualmente a empresa desenvolve sete variedades
agrícolas: abóbora, arroz, batata-doce, feijão, feijão caupi, mandioca e milho.
A Embrapa dispõe de uma quantidade de sementes para
o plantio das safras. A distribuição é feita por meio de pedidos diretos, que
podem ser feitos por prefeituras ou escolas, podendo ser utilizados nos
programas de merenda escolar.
O foco do projeto é a Região Nordeste. Testes foram
feitos nos estados do Maranhão, de Sergipe e do Piauí, onde também é processada
a multiplicação das sementes.
Outras informações podem ser acessadas na página da
Embrapa sobre o projeto: www.biofort.com.br.
Fonte:
Agência Brasil
