Bedaquilina tem luz verde da
agência norte-americana FDA - Food and Drug Administration
As mutações da bactéria são tão
significativas que definem já um novo tipo de tuberculose, a tuberculose
multi-resistente, em que microrganismo não responde aos fármacos habituais, a
rifampicina e a isoniazida.
A única opção é testar combinações mais agressivas,
tratamentos até dois anos com 20 comprimidos por dia, regime que é
insustentável em muitos países. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula
que em 2011 houve 8,7 milhões de casos de tuberculose em todo o mundo e 1,4
milhões de mortes devido à doença. A OMS estima também que se verificam mais de
300 mil casos da variante resistente e apenas 20 por cento recebem tratamento.
A FDA aprovou o fármaco através de um procedimento
rápido utilizado para reduzir o prazo de aprovação e que se baseia numa
avaliação célere dos riscos do medicamento em relação aos potenciais
benefícios. Este medicamento deve ser utilizado em combinação com outros e tem
vários riscos, especialmente para o sistema cardiovascular.
Devido à gravidade da infecção, organizações como a
Médicos Sem Fronteiras (MSF) receberam a notícia com alegria. “A bedaquilina é o primeiro fármaco ativo
contra a tuberculose que a FDA aprova desde 1963”, refere aquela
organização em comunicado. “É um
grande avanço; o fato do medicamento ser eficaz contra as formas resistentes a
outros fármacos pode alterar as regras do jogo”, considera Manica
Balasegaram, o diretor da Access Campaign dos MSF.
Fonte:
cienciahoje.pt
