Condutor
de DNA
Fios são bons
para conduzir eletricidade, mas são estruturas metálicas inertes.
O DNA, por seu
lado, detentor dos códigos que regulam todos os seres vivos, consiste em
moléculas microscópicas, orgânicas, e muito delicadas.
Contudo, em
mais uma das surpresas que a natureza prega constantemente nos cientistas, eles
agora descobriram que o corpo usa o DNA como uma espécie de "fio
elétrico" para detectar erros e mutações que poderiam ter efeitos danosos
para o organismo.
Biossensor
elétrico
"O DNA é
um fio muito frágil e muito especial," explicou a Dra. Jacqueline Barton,
do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), durante uma apresentação na
reunião anual da Sociedade Americana de Química.
"Você
nunca irá iluminar sua casa usando fios de DNA, e ele não é robusto o
suficiente para ser usado nos equipamentos eletrônicos. Mas essa fragilidade é
exatamente o que torna o DNA tão bom como um biossensor elétrico para
identificar danos genéticos," completou ela.
Ocorrem danos
no DNA constantemente - por exemplo, quando você fica exposto tempo demais ao
sol ou quando seus pulmões recebem uma carga de carcinogênicos dispersos no ar
por um fumante ao seu lado.
As células têm
um sistema natural de reparação que patrulha constantemente a arquitetura em
formato de escada espiral do DNA.
Elas monitoram
os 3 bilhões de pares de bases no DNA, detectando e consertando os danos
causados por substâncias cancerígenas ou outras fontes.
DNA
eletrônico
O que a Dra.
Barton e seus colegas perceberam foi que, quimicamente, a arquitetura do DNA
lembra os semicondutores usados para construir os transistores com que são
feitos todos os equipamentos eletrônicos.
As bases do
DNA são empilhadas umas sobre as outras, formando uma estrutura capaz de
conduzir eletricidade - na verdade, alguns poucos elétrons, em comparação com
um fio de cobre.
Assim, o
sistema de detecção de erros pode funcionar de forma muito simples: quando um
ou outro par de base do DNA se "desalinha", a estrutura não consegue
mais conduzir os elétrons, anunciando que há um erro naquela molécula que
precisa ser consertado.
As proteínas
adequadas são acionadas e podem então fazer seu trabalho.
Chip
de DNA
A equipe agora
quer usar esse conhecimento para desenvolver "chips de DNA",
dispositivos que usem essa condutividade natural das moléculas da vida, além de
sua habilidade para se ligarem umas às outras de forma seletiva, para detectar
mutações genéticas nocivas.
Se eles
tiverem sucesso, os chips de DNA poderão ajudar a detectar riscos de doenças
simplesmente medindo variações de corrente induzidas pelas mutações genéticas
adquiridas de alguma forma ao longo da vida.
Fonte:
Diário da Saúde
