Uma droga que atinge os vasos sanguíneos do cérebro
se mostra promissora em testes com animais.
Estima-se que cinco milhões de pessoas nos EUA
sofrem com os efeitos a longo prazo de traumatismo crânio-encefálico (TCE), que
pode variar de coma a perda de movimento a problemas cognitivos e
comportamentais. Uma grande percentagem de soldados feridos no Iraque e
Afeganistão sofreram alguma forma de TCE.
Os cientistas têm procurado por anos por drogas que
pudessem amenizar os efeitos dessas lesões, mas até agora, nenhuma mostrou
evitar danos ou acelerar a cura.
Pesquisadores da Wayne State University em Detroit
estão investigando uma droga que eles esperam que possa impedir os danos do
TCE, melhorando o fluxo sanguíneo para o cérebro. Até agora, a droga, chamada
clazosentan, tem se mostrado promissora em testes com animais para melhorar a
recuperação após uma pancada na cabeça.
Christian Kreipke, o autor de um estudo que descreve os testes, diz
que a maioria dos tratamentos experimentais para TCE tiveram como alvo dois
problemas no cérebro lesionado: inchaço perigoso do cérebro e danos estruturais
aos neurônios.
Em contraste, sua equipe está tentando evitar um
terceiro efeito colateral da lesão: um estreitamento dos vasos sanguíneos, que
pode restringir o fluxo sanguíneo para o tecido cerebral. Kreipke diz que após
uma lesão, os vasos sanguíneos do cérebro entram em um ciclo de estreitamento e
dilatação que eventualmente leva a uma condição chamada de vasoespasmo, na qual
os vasos sanguíneos se contraem e cortam o fluxo para o cérebro. Vasoespasmo
ocorre frequentemente em lesões cerebrais, e é particularmente comum em
soldados com TCE causadas por explosões.
Em um estudo publicado na revista Neurological
Research, sua equipe mostrou que a administração do medicamento 30
minutos depois de um trauma cerebral pode reduzir o montante do prejuízo para
as células cerebrais em ratos, os animais tratados com a droga também mostraram
uma melhora em um teste de labirinto que ratos com lesão cerebral não tratada.
Em abril deste ano na reunião anual da Academia Americana de
Neurologia, em Nova Orleans, a equipe irá apresentar novos dados que mostram
que a droga pode ter efeitos benéficos em ratos quando administrada até 12
horas após a lesão, que Kreipke compara a um dia após a lesão em humanos. Esta
janela de oportunidade relativamente longa pode ser importante, Kreipke diz,
para as vítimas de lesões, como soldados que não podem ter acesso ao tratamento
imediato, ou pacientes que não percebem a extensão da lesão imediatamente.
Por:
Courtney Humphries – Tradução: Elisa Matte
Fonte
Technology Review