quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Drogas Experimentais Ajudam a Reduzir Lesões Cerebrais


Uma droga que atinge os vasos sanguíneos do cérebro se mostra promissora em testes com animais.

Estima-se que cinco milhões de pessoas nos EUA sofrem com os efeitos a longo prazo de traumatismo crânio-encefálico (TCE), que pode variar de coma a perda de movimento a problemas cognitivos e comportamentais. Uma grande percentagem de soldados feridos no Iraque e Afeganistão sofreram alguma forma de TCE.
Os cientistas têm procurado por anos por drogas que pudessem amenizar os efeitos dessas lesões, mas até agora, nenhuma mostrou evitar danos ou acelerar a cura.
Pesquisadores da Wayne State University em Detroit estão investigando uma droga que eles esperam que possa impedir os danos do TCE, melhorando o fluxo sanguíneo para o cérebro. Até agora, a droga, chamada clazosentan, tem se mostrado promissora em testes com animais para melhorar a recuperação após uma pancada na cabeça.
Christian Kreipke, o autor de um estudo que descreve os testes, diz que a maioria dos tratamentos experimentais para TCE tiveram como alvo dois problemas no cérebro lesionado: inchaço perigoso do cérebro e danos estruturais aos neurônios.
Em contraste, sua equipe está tentando evitar um terceiro efeito colateral da lesão: um estreitamento dos vasos sanguíneos, que pode restringir o fluxo sanguíneo para o tecido cerebral. Kreipke diz que após uma lesão, os vasos sanguíneos do cérebro entram em um ciclo de estreitamento e dilatação que eventualmente leva a uma condição chamada de vasoespasmo, na qual os vasos sanguíneos se contraem e cortam o fluxo para o cérebro. Vasoespasmo ocorre frequentemente em lesões cerebrais, e é particularmente comum em soldados com TCE causadas por explosões.
Em um estudo publicado na revista Neurological Research, sua equipe mostrou que a administração do medicamento 30 minutos depois de um trauma cerebral pode reduzir o montante do prejuízo para as células cerebrais em ratos, os animais tratados com a droga também mostraram uma melhora em um teste de labirinto que ratos com lesão cerebral não tratada. Em abril deste ano na reunião anual da Academia Americana de Neurologia, em Nova Orleans, a equipe irá apresentar novos dados que mostram que a droga pode ter efeitos benéficos em ratos quando administrada até 12 horas após a lesão, que Kreipke compara a um dia após a lesão em humanos. Esta janela de oportunidade relativamente longa pode ser importante, Kreipke diz, para as vítimas de lesões, como soldados que não podem ter acesso ao tratamento imediato, ou pacientes que não percebem a extensão da lesão imediatamente.

Por: Courtney Humphries – Tradução: Elisa Matte
Fonte Technology Review