Um grupo de cientistas dos Estados
Unidos anunciou no dia 12/12 que desenvolveu uma vacina que ataca vários tipos
de tumores, o que poderá ajudar no tratamento de câncer de mama, colo, ovário e
pâncreas.
A vacina mostrou-se promissora em
ratos de laboratório, mas sua eficácia ainda precisa ser confirmada com testes
em humanos, destacaram os pesquisadores.
"Esta vacina provoca uma resposta
imunológica muito forte e ativa três componentes do sistema imunológico para
reduzir o tamanho do tumor, em média em 80%", revelou um dos autores do
estudo, Geert-Jan Boons, professor de química e pesquisador do Centro de Câncer
da Universidade da Geórgia.
A vacina orienta o sistema imunológico
a atacar os tumores que carregam uma proteína conhecida por MUC1 na superfície
de suas células, revela o artigo publicado na revista da Academia Nacional de
Ciências dos Estados Unidos.
A MUC1 é encontrada em mais de 70% dos
tipos agressivos de câncer, incluindo na maioria dos tumores malignos de mama,
pâncreas e em vários melanomas.
"Esta é a primeira vez que se
desenvolve uma vacina que 'treina' o sistema imunológico a distinguir e matar
células cancerígenas baseando-se em suas diferentes estruturas de açúcar em
proteínas, como a MUC1", destacou outra autora da pesquisa, Sandra
Gendler, professora da Clínica Mayo, no Arizona.
A proteína MUC1 também é encontrada em
90% das pacientes que apresentam um tipo de câncer de mama conhecido como tumor
"triplo negativo", que não respondem a tratamentos hormonais como o
Tamoxifeno, a inibidores de aromatase ou ao remédio Herceptin.
Estas pacientes precisam urgentemente
de novos tratamentos para combater seu câncer e "apenas nos Estados Unidos
há 35 mil casos diagnosticados a cada ano de triplo negativo", destacou
Boons.
"Poderemos ter uma terapia para
um grande número de pacientes que atualmente não contam com terapia farmacológica,
e dependem apenas da quimioterapia".
A vacina contra a MUC1 poderá ser
utilizada em combinação com quimioterapia e como medida preventiva em pacientes
com alto risco de desenvolver certos tipos de câncer.
Boons, Gendlser e sua equipe estão
trabalhando com a vacina em células cancerígenas humanas em laboratório e
poderão começar a Fase I de testes clínicos para provar sua segurança no final
de 2013.
Por France Presse