Polêmica da aspirina
Tomar uma dose regular de aspirina reduz o risco de
câncer a longo prazo em cerca de 60%.
Mas o dado só vale para pessoas em histórico
familiar da doença, e abordou especificamente o câncer de intestino.
Indícios dos benefícios da aspirina contra o câncer vêm sendo
divulgados ao longo dos anos, assim como os alertas em contrário.
Mas este é o primeiro resultado de uma pesquisa controlada e aleatória.
Predisposição ao câncer
Os pesquisadores estavam estudando o efeito das aspirinas para
prevenir ataques do coração e derrames cerebrais (AVC).
Mas o acompanhamento mostrou que os voluntários que
tomaram doses regulares de aspirina desenvolveram menos cânceres nos anos
seguintes.
Por isso eles partiram para um estudo específico
sobre os efeitos da aspirina sobre o câncer.
"Este estudo traz boas notícias para as pessoas
com predisposição genética para o câncer de cólon porque este é um dos
primeiros estudos a mostrar que aspirina pode ajudar a proteger contra o desenvolvimento dessa doença,"
disse a Dra. Diana Eccles, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.
O estudo envolveu médicos e cientistas de 43
hospitais em 16 países, que acompanharam cerca de 1.000 pacientes, em alguns
casos por mais de 10 anos.
Os pacientes eram pessoas com síndrome de Lynch,
uma doença genética que afeta a capacidade de detectar e reparar danos ao DNA -
cerca de metade dessas pessoas desenvolve câncer, principalmente de intestino e
de útero.
Efeitos colaterais da aspirina
Mas o professor John Burn, coordenador do estudo,
afirma que os resultados devem ser vistos com cuidado porque a aspirina também tem efeitos
colaterais indesejados.
"Antes que qualquer pessoa comece a tomar
aspirina regularmente é necessário consultar o médico, uma vez que se sabe que
a aspirina aumenta o risco de complicações do estômago, incluindo
úlceras," afirma o pesquisador.
O próximo passo da pesquisa é descobrir qual é a
dose mínima de aspirina que tem efeitos positivos na prevenção do câncer.
Fonte: Diário da Saúde