As pintas são os nevos melanocíticos congênitos. Cada pessoa tem uma quantidade
que não é pré-estabelecida. Em geral, as pessoas mais claras têm em maior
quantidade e de acordo com o quadro hereditário. As pintas devem ser
acompanhadas para verificarmos se haverá alguma modificação e transformação
para um melanoma (um
câncer de pele que se origina de um nevo melanocítico). O melanoma é um tipo de câncer
de pele muito agressivo, com potencial
de metástase, por isso é importante o seu diagnóstico precoce.
A pinta que sofreu alguma mudança
na coloração, tamanho ou adquiriu alguma sensibilidade como coceira, dor ou
mesmo uma ferida no local deve ser avaliada pelo dermatologista e, se
necessário, realizar uma biópsia (retirar um fragmento da lesão ou, se for
pequena, pode-se retirá-la toda) e enviar para análise histopatológica. A
anestesia é local e com um pequeno instrumento (punch) é retirado o tecido. Um
procedimento simples, rápido, que pode salvar uma vida.
As pintas são determinadas
geneticamente. Em geral na adolescência e na gestação pode aparecer maior
quantidade. A regra do ABCD é justamente para ter um acompanhamento de qualquer
alteração da pinta e necessidade de ir ao dermatologista.
A - assimetria: se a lesão for
assimétrica
B - bordas: se as bordas
têm pigmento por fora ou se não são bem delimitadas
C - cor: se houve
mudança de cor, pode ser em toda a lesão ou em parte dela, com diferentes
tonalidades
D - diâmetro: maior que 6mm
No dermatologista, em caso de
lesão suspeita ele fará um exame de dermatoscopia (exame através de um equipamento
específico para identificar alterações suspeitas ou não). É um exame não
invasivo. Em caso de suspeita ou sinais indicativos de transformação, será
realizada uma biópsia para análise histopatológica.
Há alguns fatores que nos pedem
cuidados redobrados e avaliação dermatológica semestral. São eles:
- História familiar de melanoma
- Ter mais de 50 pintas
- Pele clara, com tendência a se queimar
- História de várias queimaduras solares antes dos 30 anos
- Ter um nevo melanocítico gigante (pinta maior que 15cm) desde o
nascimento
- Ter síndrome do nevo atípico (displásico) hereditário
- Ter algum câncer de pele não melanoma
- O fato de já ter tido um melanoma aumenta a incidência de ter o
segundo
Por: Dra.
Daniela Nunes é dermatologista, diretora médica da Slim Clinique e membro da
Sociedade Brasileira de Dermatologia.