Uma equipe de investigadores está a desenvolver uma tecnologia pioneira em patologias oculares, anunciou a agência Lusa.
O estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) consiste numa técnica para a “libertação prolongada e controlada de fármacos e outras moléculas com atividade terapêutica nas mais diversas patologias oculares, pioneira a nível internacional”.
“Semelhante a uma pérola, na forma, na cor e no valor que tem para a oftalmologia”, a nova tecnologia, denominada ineye®, poderá chegar ao mercado “dentro de três anos se tudo correr como o previsto”, afirma a Universidade de Coimbra (UC).
O projeto, que tem por base uma investigação realizada por Marcos Mariz do Departamento de Engenharia Química da FCTUC, “acaba de obter 230 mil euros de financiamento”.
Esta verba, explica Marcos Mariz, vai permitir “otimizar o processo de preparação do dispositivo não só ao nível do fabrico, mas também avaliar qual o processo de esterilização mais eficaz e seguro. Vai permitir ainda fazer a avaliação da biocompatibilidade, isto é, saber se o ineye® não causa irritação ocular e se é bem tolerado pelo doente”.
Considerando que, “atualmente, a administração da maioria dos fármacos continua a ser feita através de gotas, num processo que exige destreza, leva ao desperdício e à distribuição sistêmica de grande parte do fármaco e para o qual os doentes mostram pouca adesão, principalmente em doenças crônicas, esta tecnologia terá um grande impacto no tratamento de doenças como o glaucoma”, sustenta o investigador.
A pérola é “colocada no interior da pálpebra inferior sem necessidade de cirurgia. A composição e a arquitetura da tecnologia ineye® dotam este sistema de uma versatilidade sem precedentes no mercado”, conclui Marcos Mariz.
O ineye®, que já tem patente nacional, estando a decorrer o processo de patenteamento internacional, tem vindo a obter várias distinções, acrescenta a UC.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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