segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Raio X digital com tecnologia brasileira chegará ao mercado

A primeira versão do aparelho será destinada a aplicações odontológicas. 

Em janeiro do próximo ano chegará ao mercado o aparelho para a realização de exames de raios X digital fabricado no Brasil.

O equipamento de raios X digital melhora a qualidade das radiografias e reduz a radiação que o paciente recebe em até 80%.

A nova tecnologia é resultado de uma parceria entre a empresa Alliage, o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e o Instituto Atlântico, no Ceará.

O novo equipamento utiliza o mesmo princípio dos aparelhos convencionais, mas, em vez de sensibilizar uma base de prata, a radiação incide sobre um filme fotoluminescente constituído por sais de terras-raras.

"Ao interagir com os raios X, as moléculas atingem um estado metaestável; em seguida, um laser é utilizado para escanear o filme, varrendo sua superfície", explica o professor Vanderlei Bagnato, coordenador do CePOF.

Ao incidir em cada ponto do filme, o laser fornece energia necessária para que essas moléculas emitam uma luz azul. "Quanto mais luz, mais radiação sobre o filme, o que permite mapear toda a intensidade de raios X", resume Bagnato.

Tecnologia brasileira

A utilização de filmes em raios X digitais já era conhecida; a novidade da tecnologia brasileira está no escâner a laser, que "lê" o filme e encaminha em tempo real a imagem gerada para um monitor de alta resolução.

O processamento da radiografia digital exigiu também o desenvolvimento de softwares com aplicativos que permitem não apenas visualizar a radiografia, mas também observar, por exemplo, a densidade óssea.

A tecnologia está sendo patenteada e os royalties serão compartilhados entre os parceiros e também com o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, instituição que sedia o CePOF.

Os pesquisadores agora planejam usar a mesma tecnologia para desenvolver equipamentos para aplicação em mamografia e ortopedia.

Com informações da Agência Fapesp

Nenhum comentário:

Postar um comentário