segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Síndrome do ovário policístico: nova forma de diagnosticar

A medição dos níveis sanguíneos de um hormônio recentemente descoberto, irisina, pode melhorar a taxa de diagnóstico das adolescentes com a síndrome do ovário policístico, sugere um estudo apresentado na Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica.


A síndrome do ovário policístico é um distúrbio endócrino comum que afeta até cerca de 12% das mulheres. Estas são mais propensas a terem períodos irregulares, níveis demasiado elevados de hormônios masculinos e podem ter também dificuldades em engravidar devido às irregularidades nos ovários. 

Uma vez que os sintomas da síndrome do ovário policístico podem ser confundidos com alterações normais na puberdade, os médicos necessitam de ter algum cuidado com o diagnóstico desta síndrome. Desta forma, a aquisição de ferramentas capazes de ajudar a fazer um diagnóstico mais preciso pode reduzir o tratamento desnecessário para as adolescentes saudáveis que estão numa fase muito importante das suas vidas.

Até à data ainda não se sabe ao certo a causa da síndrome do ovário policístico e não existe cura para esta condição. Estudos anteriores associaram esta síndrome a níveis elevados da hormônio irisina, uma hormônio que é liberado pelos músculos e que regula o metabolismo energético nos adultos com síndrome do ovário policístico.

Neste estudo, os investigadores do Hospital Pediátrico Aghia Sophia, na Grécia, decidiram comparar os níveis hormonais de 23 adolescentes com síndrome do ovário policístico, com os de 17 adolescentes saudáveis com a mesma idade e índice de massa corporal.

O estudo apurou que as adolescentes com síndrome do ovário policístico apresentavam níveis significativamente maiores de irisina, comparativamente com o grupo de controle. Estes resultados foram também associados a níveis mais elevados do hormônio sexual masculino testosterona, um marcador-chave da síndrome do ovário policístico.

Estes achados sugerem que a irisina pode funcionar como um marcador da síndrome do ovário policístico, permitindo que a condição seja diagnosticada com maior facilidade.

Flora Bacopoulou, a líder do estudo, referiu que as adolescentes diagnosticadas precocemente com síndrome do ovário policístico podem começar a ser tratadas para os sintomas físicos e psicológicos associados à condição.

As adolescentes podem assim controlar os sintomas e diminuir o risco de complicações futuras como problemas de fertilidade, hirsutismo e diabetes tipo 2, através de aconselhamento médico ou medicação.

A cientista acrescentou ainda que as alterações no estilo de vida e diferentes sinais associados ao exercício que regulam a secreção da irisina podem ser uma opção para o controle da síndrome do ovário policístico.

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