O Farmacêutico é um profissional de saúde que pode atuar em mais de setenta áreas distintas, isso nos mostra a amplitude de conhecimento que esse profissional tem e que poderá ser utilizada em prol da saúde da população.
Para o Farmacêutico, na área da oncologia, se atuar em ambiente Hospitalar ou mesmo em clínicas privadas, poderá desenvolver várias atividades relacionadas direta ou indiretamente com a manipulação dos quimioterápicos antineoplásicos, dentre elas podemos destacar: a logística do medicamento- que envolve o processo relacionado a homologação do fornecedor, na farmácia clínica, ficando responsável pela avalição técnica da prescrição médica, podendo ainda intervir e alertar o profissional médico quanto a possíveis inconsistências identificada na prescrição. Além dessas duas atividades ainda podemos citar a farmacovigilância, onde o Farmacêutico deverá realizar uma investigação diante de algum relato médico ou mesmo do paciente que possa ser relacionado ao uso do medicamento, e ainda poderá atuar na área da produção, onde ficará responsável pela manipulação do quimioterápico.
A manipulação de quimioterápicos antineoplásicos é uma atividade privativa do Farmacêutico, conforme as resoluções RDC 220/04 e RDC 67/07, que estabelecem sobre o funcionamento e boas práticas profissionais dos Serviços de Terapia Antineoplásica, e ainda, de acordo com a resolução nº 288/96 que dispõe sobre a competência legal para o exercício da manipulação de drogas antineoplásicas e que após consulta pública, ficou estabelecido que manipulação de antineoplásicos é atividade privativa do farmacêutico, conforme determinado pela 7ª Turma do Tribunal Regional Federal, que ainda declarou ilegal a Resolução nº 257/01 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que tentou outorgar tal prática ao enfermeiro.
No estado do Ceará, podemos computar um número mínimo de 17 serviços que tratam pacientes oncológicos, logo necessita do profissional Farmacêutico inserido no mesmo, seja para a logística ou mesmo para a manipulação, área mais carente nesse contexto. Se considerarmos o número mínimo de 2 Farmacêuticos por cada serviço de manipulação deveríamos ter pelo menos um número de 34 profissionais capacitados para atuarem de forma segura nesse área, mas esse número é bem menor, o que nos mostra a falta de interesse pela área, ou mesmo o não conhecimento no assunto, uma vez que o mesmo deveria ser abordado já no meio acadêmico e intensificado nos últimos anos no curso de Farmácia.
Acredito que com a padronização dos Cursos de Farmácia em lançar no mercado o Farmacêutico Generalista, alguns pontos deverão ser reconsiderados e um deles será a inclusão do acadêmico em um serviço de alta complexidade, como é o caso da oncologia, pois dessa forma teremos a possibilidade de que mais Farmacêuticos busquem por essa área tão importante e carente de atuação desse profissional.
Portanto sabendo que a estimativa de novos casos de câncer para o ano de 2014, conforme Instituto Nacional do Câncer – INCA, é de 576 mil novos casos, já podemos considerar essa área bastante promissora para a atuação do Farmacêutico, pois a demanda e a necessidade existe, o que falta é a ampliação da inserção desse profissional em vários serviços.
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