quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cientistas criam vírus artificial para levar medicamentos para as células

Cientistas holandeses desenvolveram um vírus artificial que mantém as funcionalidades típicas dos vírus, mas aparentemente sem potencial para causar doenças.
Eles afirmam que este vírus sintético poderá ser usado para levar medicamentos de nova geração até o ponto específico do corpo onde eles são necessários.

Hoje as pesquisas nessa área, chamadas terapias gênicas ou genéticas, usam vírus naturais modificados que teoricamente não deveriam fazer mal aos seres humanos - mas, segundo a equipe holandesa, sempre há um risco, e as coisas nem sempre têm saído como esperado. Por isso eles partiram para criar um vírus totalmente sintético.

O vírus artificial funciona como uma espécie de caixa, à qual são adicionadas as grandes biomoléculas que funcionam como medicamento.

A seguir, é só deixar ele fazer o que os vírus sabem fazer bem - entrar nas células. A diferença é que, em vez de causar doenças, o objetivo é curá-las.

Terapias gênicas

Os fármacos tradicionais consistem de moléculas relativamente pequenas, que normalmente chegam ao local desejado sem muita dificuldade, embora chegue também a todas as outras partes do corpo, onde não são necessários, elevando muito as doses necessárias para tratar as doenças.

Isto é mais difícil para os novos tipos de drogas que estão sendo desenvolvidas - mais certeiras e, portanto, com doses mais baixas -, que consistem em biomoléculas grandes, como proteínas e material genético (isto é, DNA e RNA).

Por exemplo, para usar o DNA em terapias gênicas, a molécula deve ser levada inteira até as células doentes, senão ela não gera o efeito esperado.

No entanto, o DNA é intrinsecamente incapaz de penetrar células e é rapidamente degradado.

Vetores

Como transportadores, os cientistas vêm usando vírus tornados inofensivos por manipulação genética - são os chamados vetores. Esses vetores entram nas células de forma eficiente, levando consigo as moléculas terapêuticas de DNA ou de RNA.

Apesar dos cuidados, porém, o trabalho de tornar os vírus inofensivos ainda precisa de melhorias, e os efeitos colaterais indesejados têm sido um problema.

Armando Hernandez Garcia e seus colegas da Universidade de Wageningen (Holanda) acreditam que seu vírus sintético é mais simples, e não deverá causar nenhuma doença - mas isto ainda terá que ser testado.

Segundo ele, o vírus artificial, tendo nascido para a tarefa, é muito mais eficaz para levar as terapias gênicas para as células.

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