Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)
desenvolveram um material que, em contato com a água e sob luz solar,
impede a eclosão dos ovos dos pernilongos Aedes aegypti mata as larvas
recém-nascidas.
O material é fabricado na forma de um tijolo de concreto, que passa por um processo de tratamento químico sob pressão, no interior de uma autoclave.
Quando pronto, o tijolo é poroso e leve, com uma densidade menor do que a da água, o que o faz flutuar. Ele é então cortado em tabletes para ser depositado sobre a água."Nossa intenção era trabalhar um processo ambientalmente correto e que contribuísse com os métodos e tecnologias já disponíveis para evitar a proliferação da dengue," conta o professor Jadson Belchior, coordenador da pesquisa, iniciada há um ano e meio.
Processo fotocalítico
Além de água limpa, as larvas do Aedes aegypti, pernilongo transmissor da dengue, precisa de material orgânico e oxigênio.
A proposta dos pesquisadores foi criar um mecanismo que não deixasse a larva eclodir ou não permitisse o desenvolvimento daquelas já formadas, matando-as por asfixia ou por falta de alimentação.
O material, que fica boiando na superfície da água, reage por meio de um processo fotocatalítico - um processo induzido pela radiação solar.
No momento em que ocorre a combinação de água, luz e tablete, é gerado um composto químico que mata as larvas do pernilongo - o composto químico gerado ainda está sendo mantido em sigilo porque o processo está sendo patenteado.
A tecnologia pode ser utilizada em qualquer lugar onde houver a possibilidade de acúmulo de água, como vasos de plantas, calhas e caixas d'água. Sem água ou luz, o dispositivo não entra em atividade, uma vez que é necessária a combinação das duas condições para desencadear a ação.
Quando está inerte por falta de água ou de luz, o material não perde as características. "Havendo água e luz continuamente, a durabilidade é de cerca de quatro meses. Se, por exemplo, houver um intervalo de dois meses na atividade, a durabilidade sobe para seis meses", salienta.
Ele garante que o princípio ativo utilizado não é nocivo à saúde humana e não afeta a potabilidade da água, embora a tecnologia ainda dependa da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada, por exemplo, em reservatórios de água para consumo humano.
Fonte: inovacaotecnologica.com.br
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