segunda-feira, 14 de julho de 2014

O que é Teste do Coraçãozinho?

Oximetria de pulso

O Ministério da Saúde incluiu a oximetria de pulso, mais conhecida como teste do coraçãozinho, como parte dos exames neonatais realizados de forma padrão pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O exame é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves e diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar ao óbito ainda no primeiro mês de vida.

Apesar de avaliar o funcionamento do coração do bebê, o exame é simples, rápido e indolor - e não envolve diretamente o coração.

Um aparelho digital, chamado oxímetro, usa um sensor para medir a saturação periférica de oxigênio, ou seja, o nível de oxigênio do sangue nas extremidades do corpo, longe do coração.

Para isso, o sensor do oxímetro é colocado sobre a pele, na mão e no pé do recém-nascido, e a leitura é feita imediatamente no visor do aparelho.

Se a concentração de oxigênio no sangue for menor do que 95%, ou se houver uma diferença maior do que 3% entre a medida feita na mão e aquela feita no pé, tem-se uma suspeita de cardiopatia. Nesses casos é realizado um exame mais detalhado, chamado ecocardiograma, para que o diagnóstico final seja feito.

Importância do teste do coraçãozinho

O teste do coraçãozinho deve ser realizado entre 24 e 48h após o nascimento.

"Muitas vezes a criança nasce aparentemente com normalidade, mas, no final da primeira semana ou do primeiro mês de vida, desenvolve um quadro de choque ou de hipóxia, falta de oxigênio, e não há tempo hábil para o atendimento," explica o Dr. Jorge Afiune, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB).

"Auscultar o bebê pode não ser o bastante. Sabemos que de 30 a 40 % dos que têm problemas cardíacos graves recebem alta das maternidades sem o diagnóstico. Temos que descobri-los no berçário e o primeiro passo é, sem dúvida, a oximetria," complementa.

O exame do coraçãozinho não é perfeito. Ele apresenta uma sensibilidade de 75% (capacidade do exame de identificar indivíduos verdadeiramente positivos, ou seja, de diagnosticar corretamente a doença) e uma especificidade de 99% (capacidade do exame de identificar os verdadeiros negativos, ou seja, diagnosticar corretamente os indivíduos sadios).

Ele não é capaz, por exemplo, de detectar alguns problemas do coração, como a coartação da aorta. Assim, mesmo realizando o teste do coraçãozinho, os pediatras deverão continuar realizando um exame físico minucioso em todos os bebês antes da alta da maternidade.

Cardiopatias e cardiopatias graves

Dados da SBP indicam que, em cada 1.000 bebês nascidos vivos, de oito a dez podem apresentar má-formações congênitas. Contudo, entre estes, apenas um ou dois vão apresentar cardiopatias graves, em que há a necessidade de intervenção médica rápida.

Estima-se que cerca de 30% daqueles bebês que apresentam as cardiopatias graves recebam alta da maternidade sem o diagnóstico. Com a oximetria de pulso, a intenção é que esse número tenda a zero.


Fonte: Diário da Saúde

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