Um pó branco, com 100% de pureza pode ser convertido em cimento ósseo para ser empregado em implantes.
A grande vantagem é que, com este grau de pureza, a substância é absorvida totalmente pelo corpo humano para a formação de uma nova estrutura óssea, funcionando como uma espécie de cimento ósseo natural.
A tecnologia é fruto de uma pesquisa conduzida pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas - SP) em parceria com o Instituto de Cerâmica e Vidro de Madri, na Espanha.
Fosfato tricálcico
O material chama-se alfa-fosfato tricálcico (α-TCP), um composto já conhecido, mas nunca obtido com esse nível de pureza, o que diminuía seu desempenho como implante.
O biomaterial deverá ser empregado em implantes ósseos como alternativa às ligas de aço inoxidável, titânio, cerâmicas densas, entre outros.
Devido à sua biocompatibilidade, quando implantado no corpo humano, o composto serve de "alimento" para o organismo produzir um novo osso.
"É um composto ótimo, com características perfeitas para ser utilizado em um implante porque não é necessária uma segunda cirurgia para a retirada do material. O cimento ósseo de alfa-fosfato tricálcico é feito durante o processo cirúrgico, o que diminui o tempo e os riscos da intervenção. Além disso, o material possui capacidade elevada para se adequar em qualquer cavidade, mesmo naquelas mais irregulares", explica Hugo Ananias Inácio Cardoso, criador do processo para obter o material.
A etapa seguinte da pesquisa será desenvolver próteses personalizadas a partir do material.
O pesquisador ressalta que, por enquanto, o uso do biomaterial deverá ser destinado apenas para implantes ósseos de cabeça, face e pescoço.
"A sua resistência mecânica ainda impede o uso integral em uma prótese de joelho, quadril ou cotovelo, por exemplo. Portanto, nestes tipos de próteses, ele deverá ser empregado como um material auxiliar, juntamente com uma liga metálica ou cerâmica," explica ele.
Fonte: Jornal da Unicamp
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