segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cancro do pulmão e o primeiro cigarro do dia

O tempo que decorre desde o acordar até fumar o primeiro cigarro do dia pode estar associado ao risco de desenvolvimento de cancro no pulmão, dá conta um estudo publicado no “Journal of the National Cancer Institute”. 
Neste estudo, os investigadores do Instituto Nacional do Cancro, em Maryland, EUA, analisaram os dados de um questionário a que fumadores ou ex-fumadores italianos tinham respondido no âmbito de um estudo denominado por “'Environment and Genetics in Lung Cancer Etiology” (EAGLE). 

O estudo inclui 3.249 fumadores, dos quais 1.812 pacientes com cancro do pulmão e 1.437 indivíduos incluídos num grupo de controlo. Os participantes foram questionados sobre os seus antecedentes tabágicos e especificamente quanto tempo decorria entre o momento em que acordavam até que fumavam o primeiro cigarro. As respostas foram catalogadas entre: 5 minutos ou menos após acordar, entre 6 a 30 minutos, entre 31 e 60 minutos e mais de 60 minutos após o despertar.

Após terem tido em conta a quantidade de cigarros fumados diariamente, a duração do tabagismo e outros fatores de risco associados ao cancro do pulmão, os investigadores constataram que comparativamente com os indivíduos que fumavam o primeiro cigarro do dia 1h após acordarem aqueles que o faziam antes desse tempo apresentavam um maior risco de desenvolverem cancro do pulmão.  

O estudo apurou que a associação entre o tempo que decorria até o primeiro cigarro do dia ser fumado e o risco de cancro do pulmão era mais forte nos fumadores atuais do que nos ex-fumadores. Surpreendentemente, esta associação foi mais significativa para os fumadores leves do que para os pesados. Não foram encontradas diferenças entre os homens e as mulheres.  

Os investigadores, liderados por Neil Caporaso, referem que apesar de estes resultados apoiarem a associação entre o tempo que decorre até que o primeiro cigarro do dia ser fumado e o risco de cancro do pulmão, são necessários estudos prospectivos.

“A avaliação deste período de tempo poderá melhorar a previsão do risco de cancro e pode também ser útil no rastreio de cancro do pulmão e nos programas de cessação tabágica”, concluíram os autores do estudo. 

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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