Estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, interior do Estado de São Paulo, pode ajudar na elaboração de medicamentos para o controle de dores inflamatórias, como as que acompanham a artrite reumatoide.
Eles descobriram que uma proteína, a fractalcina, está envolvida na indução das dores crônicas de origem inflamatória.
O estudo sugere que o bloqueio periférico dos receptores dessa proteína seja o alvo potencial para o controle desses tipos de dores.
Artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica ‘Proceedings of the National Academy of Science-USA’ com o título “Fractalkine mediates inflammatory pain through activation of satellite glial cells”.
Os autores são os professores Sergio Henrique Ferreira e Thiago Mattar Cunha, o pós-doutor Guilherme Rabelo e o pós-graduando Jhimmy Talbot, todos do Departamento de Farmacologia da FMRP.
Segundo o professor Thiago Mattar Cunha, pela primeira vez, conseguiu-se demonstrar a existência de um tipo celular que participa do processo de indução e manutenção da dor: são as chamadas células satélites.
Encontradas exclusivamente nos gânglios raízes dorsais, elas envolvem os neurônios que carregam a dor e têm sua ativação mediada por uma proteína, a fractalcina.
Essa proteína já havia sido descrita em processos dolorosos, mas nenhum estudo tinha associado a fractalcina com a ativação da célula satélite.
“Se nós conseguirmos desenvolver um medicamento que bloqueie esse processo, podemos diminuir a dor.
Sabemos que têm indústrias farmacêuticas tentando desenvolver substâncias para bloquear o efeito dessa proteína.
Talvez essas drogas possam servir como novos analgésicos contra dores inflamatórias”, explica Cunha.
Segundo os pesquisadores, a doença mais prevalente entre as doenças inflamatórias e que tem como principal sintoma a dor é a artrite reumatoide.
No entanto, o pesquisador lembra que a pesquisa pode contribuir para, num futuro próximo, amenizar dores de pessoas que sofrem com osteoartrite, gota, doenças reumáticas em geral, além de traumas cirúrgicos e torções.
Fonte: Bete Cervi