domingo, 5 de maio de 2013

Alongamentos e exercícios ajudam a amenizar desconfortos causados pelo salto alto


O salto alto é o queridinho das mulheres. Na rotina de trabalho, eles mantêm a elegância e boa aparência, que muitas vezes é exigida na profissão. Porém, o uso constante e, por um longo período, acaba causando dores e desconfortos após o dia de expediente. O uso prolongado de salto alto pode trazer sérios problemas nas articulações e na postura. Já que muitas mulheres não conseguem desapegar deles, a solução para manter-se nas alturas com classe e saúde é compensar com massagens e exercícios.

Segundo o ortopedista do Hospital Federal da Lagoa, vinculado ao Ministério da Saúde, José Renato Queiroga, no dia a dia as mulheres devem optar por saltos menores. “O salto alto no sapato da mulher é apenas uma questão de moda. O ideal é que o calçado feminino para o uso diário no trabalho tivesse a altura máxima de dois ou três centímetros, que seria mais ou menos equivalente ao sapato masculino. O salto alto, além de fazer uma sobrecarga no joelho, força o pé levando, em longo prazo, à metatarsalgia, que é a dor na parte frontal dos pés”, alerta.

Além da dor, o uso de salto alto pode causar pequenos traumas nas pernas e nos pés. “O salto alto pode causar ainda uma artrose pós-traumática por conta de micro traumas nas articulações metatarsofalangeanas do pé, como os joanetes, e lesões por esforço”, explica José Renato.

As mulheres acostumadas ao salto podem alegar que sofrem desconforto se optar pelo uso de sapatilhas ou rasteiras. Mas, conforme explica a educadora física do Programa de Melhoria da Qualidade de Vida (CAS/CGESP/SAA/SE), Danyele Araújo, o que acontece é que o salto alto causa o encurtamento dos tendões das pernas.

“Com o calcanhar em uma posição não habitual, a mulher que usa esse tipo de calçado acaba sofrendo uma diminuição de sua flexibilidade na parte posterior das pernas. Esse encurtamento é tanto muscular quanto tendíneo. As consequências são dores constantes ao andar descalço ou usar sapatos sem salto”, afirma.

Um sinal evidente do exagero no uso do salto é a dificuldade em manter o pé inteiro no chão ao se agachar e o esforço para manter o equilíbrio. “Geralmente quem tem esse encurtamento do tendão tem a execução do exercício de agachamento prejudicada, pois tira o calcanhar do chão e fica apoiado na parte frontal dos pés. O peso do corpo fica concentrado na ponta do pé, mais especificamente no antepé. Isso gera também uma mudança no centro de gravidade, fazendo com que a mulher faça mais esforço para se manter equilibrada”, alerta Danyele.

Alongar para prevenir

Após o dia de trabalho, pequenos exercícios e massagens ajudam a mulher a aliviar as tensões nas pernas e pés, além de fortalecer a região para minimizar os impactos do salto alto. “Ela pode usar um pouco de gelo nos pés ou compressas geladas. O frio diminui a pressão nessas áreas. A mulher pode ainda usar cremes hidratantes em massagens e, se possível, fazer alongamento da musculatura posterior da coxa e da panturrilha”, recomenda José Renato.

Danyele recomenda também à mulher que não consegue sair do salto a compensar a sobrecarga com exercícios e alongamentos. “O ideal é priorizar o alongamento. Antes ou depois de usar o sapato alto, dar uma alongada, sentada na cama mesmo, e esticar bem as duas pernas. É preciso ter cuidado, pois com o tempo o salto tende a piorar a postura. Já que não dá para deixar de usar, é importante investir em exercícios e alongamentos”, finaliza.

Fonte: Fabiana Conte / Comunicação Interna do Ministério da Saúde