Investigadores americanos desenvolveram nanopartículas biodegradáveis capazes de combater eficazmente a inflamação, refere um estudo publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
A inflamação é um mecanismo de defesa natural do organismo contra organismos invasores e lesões dos tecidos. Na inflamação aguda, os patógenos ou os mediadores inflamatórios são eliminados e a homeostasia é atingida. No entanto, em estados inflamatórios crônicos, esta resposta é alterada conduzindo à inflamação crônica e danos nos tecidos.
Os investigadores acreditam que esta alteração no processo inflamatório é um fator importante para o desenvolvimento de várias doenças devastadoras como a aterosclerose, artrite, doenças neurodegenerativas, para além do cancro. Uma vez que o nível de inflamação nestas doenças é muito elevado, são necessárias soluções terapêuticas direcionadas para ajudar a manter a inflamação circunscrita.
Neste estudo, os investigadores do Brigham and Women's Hospital, Columbia University Medical Center, Icahn School of Medicine e do Massachusetts Institute of Technology, nos EUA, desenvolveram nanofármacos com um tamanho inferior a 100 nm (100.000 vezes menores do que o diâmetro de um fio de cabelo humano), que são capazes de encapsular e libertar um peptídeo anti-inflamatório.
Os investigadores demonstraram que, em experiências realizadas em ratinhos, estas nanopartículas são capazes de atingir seletivamente os tecidos danificados e libertar o seu conteúdo de uma forma controlada, ao longo do tempo.
O estudo refere que estas nanopartículas foram desenhadas para atingir o microambiente extracelular dos tecidos inflamados. Posteriormente, as partículas libertam o seu conteúdo, o qual é difundido através do tecido danificado. Os fármacos ligam-se aos receptores da membrana plasmática dos leucócitos ativados tornando-os mais quiescentes.
"A vantagem desta abordagem é que tira partido do próprio organismo para impedir a inflamação induzida, que, contrariamente a muitas outras estratégias anti-inflamatórias, não compromete a defesa do hospedeiro e promove a reparação dos tecidos”, conclui, o líder do estudo, Ira Tabas.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.