A administração de estatinas mais potentes está associada a um maior risco de hospitalização por danos agudos nos rins, persistindo este risco ao longo de dois anos, sugere um estudo publicado no “British Medical Journal”.
As estatinas são habitualmente utilizadas para diminuir o colesterol e consequentemente diminuir o risco de doença cardiovascular, sendo as doses mais elevadas prescritas para as situações de maior risco.
Tendo em conta os resultados positivos obtidos na redução do risco de desenvolvimento de doença cardiovascular, tem havido uma tendência para aumentar a potência das estatinas, quer pela toma de doses mais elevadas ou através de formas mais potentes. Contudo, os investigadores começam a sugerir que este aumento de potência pode conduzir a efeitos adversos nos rins. Uma vez que este fármaco é tão amplamente utilizado, tem surgido alguma preocupação em torno destes efeitos adversos.
Neste estudo, os investigadores da University of British Columbia, no Canadá, compararam os registros médicos de 2 milhões de pacientes, aos quais tinham sido prescritas estatinas de elevada potência, com os registros de indivíduos que tinham tomado estatinas de baixa potência, entre 1997 e 2008. Os pacientes tinham uma média de 68 anos de idade.
Os investigadores, liderados por Colin Dormuth, definiram como estatinas de elevada potência 10mg ou mais de rosuvastatina, 20mg ou mais de atorvastatina e 40mg ou mais de sinvastatina. Todos os outros fármacos foram considerados de baixa potência.
O estudo apurou que, em comparação com os pacientes que tomavam estatinas de baixa potência, aqueles a quem tinham sido prescritas as de elevada potência apresentavam um risco 34% maior de serem hospitalizados por danos graves nos rins nos primeiros 120 dias de tratamento. Este risco permaneceu elevado durante dois anos após o tratamento.
Os investigadores estimaram que por cada 1.700 pacientes sem doença crônica dos rins e tendo em conta a toma de estatinas de elevada ou baixa potência, não ocorreu nenhuma hospitalização adicional por danos agudos nos rins.
Na opinião dos investigadores, os médicos devem ter em conta este risco quando as estatinas de baixa potência são uma opção. Contudo, na sua opinião são necessários mais estudos para analisar melhor a relação entre a toma de estatinas e os possíveis danos nos rins.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A.