Nervo artificial
Cientistas usaram células-tronco e fios de plástico
para criar uma espécie de nervo artificial.
As células nervosas cresceram e desenvolveram uma
cobertura natural chamada mielina, que recobre as fibras nervosas.
O resultado deixou os pesquisadores da Universidade
de Michigan (EUA) entusiasmados de que seus nervos artificiais possam ser
usados para compreender e, no futuro, tratar uma ampla variedade de doenças
neurológicas.
O sucesso foi obtido graças à união de pesquisas em
duas áreas que vêm se desenvolvendo muito recentemente: a nanotecnologia, que
permitiu a criação das nanofibras de sustentação, e o cultivo das células-tronco.
Mielina
O objetivo inicial dos cientistas não era criar
nervos artificiais "prontos", que pudessem ser implantados no ser
humano, mas descobrir mais sobre o funcionamento dos nervos e, sobretudo, por
que eles não se recuperam e não se reconectam quando são danificados.
Mas a pesquisa está lançando as primeiras
esperanças para pacientes que sofrem não apenas com as dores, mas também com a
debilitação física geralmente causada por danos nos nervos.
Os cientistas usaram nanofibras de polímero, mais
finas do que um fio de cabelo humano, como suporte para o crescimento de
neurônios, imitando o formato e as dimensões dos nervos mais comumente
encontrados no corpo humano.
Eles dedicaram uma atenção especial ao processo de
mielinação, a formação da camada protetora, chamada mielina, que
protege as longas fibras nervosas, cuja deterioração está na base de várias
condições neurológicas.
Os pesquisadores também determinaram o diâmetro
ótimo das nanofibras para que elas sustentem adequadamente esse processo, dando
novas informações importantes para responder à pergunta de por que alguns
nervos são mielinizados e outros não.
Futuro
Embora não tenham conseguido ainda fabricar nervos
totalmente funcionais em laboratório, a equipe afirma acreditar que seus
resultados apontam para a possibilidade de novas formas de tratamento em um
futuro não muito distante.
"O que nós precisamos para o caso da esclerose múltipla é encorajar os nervos a recriar a mielina. Já
para os danos aos nervos causados por trauma, nós precisamos encorajar a
regeneração," disse o Dr. Joseph Corey, coordenador do estudo.
Segundo o Dr. Corey, ele vislumbra para o futuro o
crescimento de nervos ao longo de nanofibras em laboratório, que possam então
ser transferidos para o corpo dos pacientes, onde a fibra de suporte irá se
degradar naturalmente, deixando apenas o nervo.
Os resultados do estudo foram publicados na revista
Nature Methods.
Fonte:
Diário da Saúde
