As
pílulas contraceptivas que contêm drospirenona aumentam o risco de formação de
coágulos sanguíneos, sugere um estudo publicado na revista “Contraception”.
A
drospirenona é uma versão sintética do hormônio feminino, progesterona, a qual
também é conhecida por progestina. Nos últimos 10 anos a Food and Drug
Administration (FDA) aprovou três novos contraceptivos hormonais combinados
entre os quais o etinilestradiol /drospirenona (DRSP). Desde essa altura,
vários estudos têm avaliado o risco de desenvolvimento de eventos trombóticos
ou tromboembólicos resultantes destes fármacos. Este tipo de eventos têm também
sido comparados com aqueles que ocorrem com a administração de contraceptivos
hormonais combinados que contêm baixas doses de estrogênio e que já se
encontram há bastante tempo no mercado.
Contudo,
os resultados obtidos têm sido um pouco contraditórios. O líder do estudo,
Stephen Sidney, acrescentou que ainda não está claro o motivo destas
discrepâncias, podendo estas ser causadas por metodologias ou populações alvo
diferentes. Assim, tem-se instalado alguma confusão em torno da segurança
destes novos fármacos, tanto entre as mulheres como entre os profissionais de
saúde.
De
forma a tentar clarificar este assunto, os investigadores do Kaiser Permanente
Northern California Division of Research, nos EUA, contaram com a participação
de 573.680 mulheres que tinham idades compreendidas entre 10 e os 55 anos.
Todas as participantes tinham tomado pela primeira vez este tipo de fármacos,
os contraceptivos hormonais combinados ou os contraceptivos hormonais
combinados com baixas doses de estrogênio, durante o período de estudo que
ocorreu entre 2001 a
2007.
O
estudo, financiado pela FDA, apurou que em comparação com a administração de contraceptivos
hormonais combinados com baixas doses de estrogênio, a utilização de contraceptivos
hormonais combinados que continham drospirenona estava associada a um risco 77%
maior de hospitalização por eventos tromboembólicos venosos e a um risco duas
vezes maior de eventos trombóticos arteriais.
Apesar
da incidência dos eventos tromboembólicos venosos ser baixa, um número
crescente de estudos indicam que há um risco aumentado deste tipo de eventos
com a administração de drospirenona. Deste modo, este tipo de contraceptivos
deverá ser utilizado com algum cuidado. Assim, os profissionais de saúde
deverão ter em conta os riscos e os benefícios associados com a administração
de contraceptivos que contêm drospirenona antes de os prescreverem, conclui
Stephen Sidney.
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