segunda-feira, 8 de outubro de 2012

OMS diz que substância reduz complicações da cirurgia de aborto


Misoprostol é usado como abortivo e tem venda proibida no Brasil

O uso do medicamento misoprostol antes de cirurgias de aborto diminui os riscos de complicações em até um terço, segundo um estudo publicado online na revista médica “The Lancet”.

O misoprostol é usado em hospitais para induzir o parto em mulheres com dificuldades para ter dilatação e para expulsar fetos presos no útero após abortos naturais. No mercado negro, é usado como abortivo com o nome comercial “Cytotec”. Sua venda ao público em geral é proibida desde 1998 no Brasil. Apenas uma empresa tem autorização no país para fabricar misoprostol e apenas para uso hospitalar.

O uso da substância como abortivo é extremamente arriscado, segundo os médicos. Os efeitos colaterais são hemorragia, dor intensa, náuseas e vômitos. O aborto pode não ser total e causar deformações no feto. Também há risco de morte para a mãe.

O estudo publicado foi feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e analisou apenas os efeitos do medicamento em seu uso associado a cirurgias abortivas em países onde o aborto é permitido por lei.

Das 4.972 mulheres que passaram por abortos estudadas (todas com menos de 12 semanas de gestação), aquelas que receberam o misoprostol até três horas antes da operação tiveram um terço menos chances de sofrer uma complicação, como uma eliminação incompleta do embrião, hemorragia, dores e náuseas.

Segundo os autores do estudo, o uso do medicamento nesses casos pode ser positivo – desde que as mulheres sejam informadas de seus riscos e efeitos.

Fonte: Globo.com